Cercas para Prevenção de Acidentes no Campus
Para estar em conformidade com as diretrizes da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), a atual Diretoria e o Conselho Deliberativo do Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais (CRHEA) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) estão empenhados em atender aos protocolos e práticas que promovem a segurança no campus.
Durante o primeiro semestre de 2025, a Diretoria do CRHEA orientou pessoalmente os locais para serem executados os serviços de Integração de ações preventivas em 90 anos de existência da barragem Lobo/Broa com acessos de veículos da USP para o reservatório Lobo/Broa sob concessão à Aratu Geração S.A.
Com serviços de execução da EESC e apoio da Fapesp, desde a instalação da cerca (fase 1), foi observada uma redução significativa da existência e trânsito de fauna silvestre, principalmente composta por capivaras e porcos-do-mato, nas áreas comuns do CRHEA. Esta evidência tem contribuído para diminuir os riscos de incidência de carrapatos em nossas dependências. É importante destacar que através da Fapesp, o CRHEA disponibiliza Equipamento de Proteção Individual para pesquisadores que, com autorização prévia do Plano de Uso, realizem experimentos dentro do Centro.
Sinalização Preventiva para Mitigar Riscos no Campus
No início do segundo semestre de 2025, equipes de Aratu Geração e Diretoria do CRHEA, em trabalho de campo, verificaram os melhores locais dentro do CRHEA para sinalização preventiva de Rotas de Fuga e Sinalizações de Alerta de Inundação do Plano de Ação Emergencial (PAE) da CGH Lobo. Este Plano foi elaborado de acordo com as Leis 12.334 e 14.066 do Plano Nacional de Segurança de Barragens e Resolução 696 ANEEL, e revisado conforme Resoluções 1063 e 1064 da ANEEL, e apresentado à Diretoria do CRHEA e da EESC em 2024 e em 2025, indicando as potenciais áreas de inundação para um eventual rompimento parcial ou total da barragem Lobo/Broa. “Pelas características únicas do campus USP no CRHEA, é talvez o único campus universitário do Brasil e um dos poucos no mundo que se enquadra nessa exigência legal específica, com obrigatoriedade de análise técnico qualificado de engenharia hidráulica e de zoneamento de inundações”, explica o professor Mendiondo, atual diretor do CRHEA.
“Esse Plano se baseia no estudo de ruptura hipotética da barragem através de cenários para gerar ferramentas que auxiliarão no gerenciamento e execução das ações necessárias em caso de situações de Alerta Máximo e Emergência na CGH Lobo, com um mapa de potencial inundações que inclui placas de rotas de fugas, pontos de encontro e advertências para os ocupantes do Campus”, complementa o professor Mendiondo.
Essa sinalização preventiva do Plano incluiu a concordância das Defesas Civis e das Prefeituras dos Municípios de Itirapina, Brotas e São Carlos. “Vale lembrar que a barragem CGH Lobo teve período de construção entre 1933 e 1935, nascendo junto com a USP. A Usina da Barragem tem potência outorgada de 1,6 MW, contando com 1 unidade geradora, sobre o Ribeirão do Lobo, afluente do Rio Jacaré-Guaçu. Portanto, esta sinalização preventiva no CRHEA da EESC-USP é a primeira realizada em 90 anos de existência do reservatório e apoia o Plano de Uso e o Plano Diretor do CRHEA”, completa o professor Mendiondo.
No Brasil, há mais de 22.000 barragens prioritárias onde este Plano deve ser revisado constantemente. Ainda, este Plano de Ação Emergencial realizado pela Aratu para o CRHEA e áreas de jusante é um excelente material de aplicação prática que revisa os conceitos as disciplinas de graduação oferecidas pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC para os Cursos de engenharia civil e engenharia ambiental, incluindo novos temas para futuros TCCs, estágios curriculares e disciplinas AEX.
Também, esta temática é uma especialidade do laboratório de pesquisa, WADILab, coordenado pelo professor Mendiondo, localizado no Prédio 5 da Engenharia Ambiental, da Área 2 do Campus da USP São Carlos, e que foi um dos tópicos do Prêmio Tese Destaque USP 2024, Engenharias. Segundo o professor Mendiondo “sempre é oportuno destacar que estas ações preventivas da Aratu e CRHEA estão em conformidade com os artigos da Lei 12.608/2012, que estabelece o Sistema Nacional de Proteção Civil, e dentro qual o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) do MCTI é um dos órgãos que reúne conhecimentos científicos interdisciplinares para emitir alertas antecipados para salvar vidas”.
Observações
Estas atividades de segurança no Campus junto ao CRHEA são parte da iniciativa Sophie (“Sustainable Observatory for Planetary Health”) apoiada pelo Cepid Fapesp Climares e CRHEA EESC/USP, alinhada com redes globais da Década Científica Internacional IAHS/HELPING 2023-2032, via promoção e inclusão de novas comunidades e soluções locais pelo IAHS/Digital Water Globe e pela UNESCO Open Hydrology. Por outro lado, este convite faz parte de ações locais de: 1) diretrizes futuras de inovação do CRHEA, 2) conclusões e recomendações do USP Academy Climares 2025, 4) articulação com grupos interdisciplinares da USP, como o Centro de Estudos e Pesquisas para Desastres (Ceped), e Grupo de Saúde Planetária, e 5) os atuais projetos de internacionalização sobre sustentabilidade e ação climática do CRHEA EESC-USP.
Texto: Centro de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais