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Pesquisadores classificam Plano de Transição Energética Justa como incoerente

Pesquisadores investigaram regulação a partir dos pilares da justiça energética: distribuição, procedimento, reconhecimento, restauração e cosmopolitismo - Foto: torstensimon/Pixabay
Em maio de 2022, o Ceará tornou-se o segundo Estado do Brasil a lançar um Plano de Transição Energética Justa (PETEJ)— o primeiro foi Santa Catarina, em janeiro do mesmo ano. O projeto busca substituir fontes poluentes por alternativas limpas e renováveis, como a energia eólica ou solar, e propõe que os benefícios e impactos da produção e uso de energia sejam distribuídos de maneira justa, com a participação e reconhecimento das comunidades afetadas.
Pesquisadores das Universidades Federais do Ceará (UFC) e da Paraíba (UFPB), e da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP investigaram essa regulação a partir dos pilares da justiça energética (distribuição, procedimento, reconhecimento, restauração e cosmopolitismo), no contexto da transição energética global. Um artigo sobre o estudo foi publicado na Energy Research & Social Science.
A avaliação geral do plano alcançou um desempenho de apenas 0,28 em uma escala que vai de -5 a 5 — um resultado que classifica o plano como incoerente. Os cientistas notaram que, apesar do projeto apresentar metas como redução de pobreza e inclusão no setor de energias renováveis, faltam medidas concretas como métricas, incentivos e integração com outras políticas públicas, particularmente em regiões que enfrentam desafios socioeconômicos e ambientais significativos.
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A professora Flavia Mendes de Almeida Collaço, uma das autoras do artigo e docente do Departamento de Hidráulica e Saneamento, afirma que o Ceará é um objeto de estudo interessante para avaliar a justiça energética: o Estado concentra um enorme potencial de energia limpa — tanto solar, quanto eólica. As fontes instaladas geram 3,8 GW e abastecem 6 milhões de residências mensalmente. Mas a capacidade total pode chegar a 646 GW; ou seja, o equivalente à geração de energia para 1 bilhão de casas, o que supera em muito a população do Brasil. Por outro lado, o Estado enfrenta altos níveis de pobreza energética — são cerca de 37 mil pessoas sem acesso à eletricidade no Ceará e aproximadamente 147 mil têm fornecimento de energia elétrica precário. A falta de fonte de energias seguras, confiáveis e acessíveis – em um Estado com um potencial tão grande – é uma questão urgente de justiça energética em todo o Brasil. |
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