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DNA USP: Startup criada em laboratório da EESC desenvolve neuronavegador que auxilia em cirurgias veterinárias

07 de maio de 2025

Equipamentos tecnológicos desenvolvidos pela engenharia em benefício da saúde humana já são amplamente conhecidos e reconhecidos. Agora, uma startup nascida no Laboratório Aeronáutico de Tecnologias da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP também está contribuindo para a medicina veterinária. Os pesquisadores, formados na instituição, desenvolveram um neuronavegador de última geração que vem sendo utilizado para auxiliar em cirurgias de animais com maior precisão e segurança.

Trata-se de um sistema que utiliza tecnologias avançadas, como inteligência artificial e visão computacional, para auxiliar o cirurgião veterinário a identificar com precisão, e em tempo real, a área exata em que está operando dentro do corpo do animal.

O funcionamento ocorre por meio da detecção da posição dos instrumentos cirúrgicos, integrando essas informações com exames de imagem do paciente, como tomografias e ressonâncias magnéticas. Dessa forma, o sistema é capaz de “compreender” a localização do animal na sala e apontar com exatidão os pontos internos que precisam ser tratados.


Neuronavegador em uso durante procedimento cirúrgico craniano em animal - Foto: Divulgação SVCOM/EESC

“Esta é uma tecnologia de ponta para neurocirurgias veterinárias. O Orion One, como chamamos, funciona como um dispositivo GPS dentro da cabeça do animal, permitindo a localização precisa do cirurgião em tempo real, o que garante mais segurança e eficácia durante os procedimentos. O neuronavegador, então, possibilita procedimentos menos invasivos e com menores riscos de complicações, o que se traduz em melhores chances de recuperação para os animais e maior tranquilidade para os profissionais da área”, descreve um de seus desenvolvedores, Pedro Augusto Saletti Pinotti. Engenheiro formado, Pinotti juntou-se a outros três colegas do curso de Engenharia Mecatrônica (EESC-USP) para criar a startup BMT (Brazilian Medical Technologies), detentora da inovação no segmento médico veterinário.

A startup, que tem a marca DNA USP, nasceu de uma pesquisa no laboratório Aerotech da EESC-USP, voltada ao desenvolvimento de um robô para neurocirurgia. “O objetivo inicial da pesquisa era criar um sistema capaz de introduzir eletrodos para o tratamento de crianças com epilepsia. Com o apoio do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, conseguimos validar essa tecnologia em um ambiente clínico, utilizando modelos sintéticos”, destaca Pinotti.

A empresa surgiu a partir dessa pesquisa, “com a missão de transformar inovação em produtos acessíveis para quem realmente precisa. No entanto, a regulamentação para uso humano é um processo demorado. Aí, buscando uma aplicação mais imediata, exploramos outras áreas onde nossa tecnologia poderia fazer a diferença e foi então que encontramos a medicina veterinária, um cenário que se mostrou com grande necessidade, onde procedimentos complexos eram realizados sem o suporte tecnológico adequado”, lembra o engenheiro.

Além da alta tecnologia, a inovação desenvolvida pelos pesquisadores e empreendedores da engenharia traz como diferencial o custo até oito vezes menor do que o do mercado atual, tornando a neuronavegação para uso veterinário mais acessível.


Da esquerda para direita, Pedro Saletti, Calvin Suzuki, Pedro Malagutti e Guilherme Soares, engenheiros formados pela EESC e fundadores da startup.

Engenharia que transforma vidas

O grupo considera que a maior motivação para o desenvolvimento de soluções seja a vontade de usar engenharia para ajudar as pessoas. “Enxergamos a engenharia como uma ponte para transformar vidas. O conhecimento, a técnica e a determinação que adquirimos na universidade são impulsionados por uma paixão inabalável por inovação e impacto positivo, trazendo como possível resultado soluções como o Orion, algo que realmente faça a diferença”, diz Pinotti.  

Nesse sentido, o engenheiro destaca a importância da universidade não somente como centro de formação, mas também de ponto central para viabilizar e transformar conhecimento em produtos e soluções para a sociedade. “A EESC foi nossa porta de entrada para o conhecimento e as ferramentas que hoje moldam o trabalho em nossa startup. Cada desafio que enfrentamos ao empreender exige habilidades e conceitos que aprendemos na universidade, seja nas aulas, em atividades extracurriculares ou nos laboratórios de pesquisa. Essa base sólida foi essencial para nossa trajetória, hoje com a possibilidade de impactar a vida de muitas pessoas e seus pets.”

A ideia do grupo é aprimorar o Orion, tornando-o mais intuitivo e acessível para os profissionais. “Como um sistema modular, ele começou pelas cirurgias cranianas, mas em breve expandirá sua aplicação para outros procedimentos, incluindo cirurgias de coluna e próteses de quadril. A partir deste mês, essas novas funcionalidades começarão a ser implementadas, ampliando o impacto da tecnologia na medicina veterinária” conclui Pinotti.