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“Por Dentro da USP” aborda as mudanças na Comissão de Heteroidentificação para o vestibular deste ano

A convidada de hoje, dia 11 de outubro, do boletim Por Dentro da USP é a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento da Universidade, Ana Lúcia Duarte Lanna, que falou sobre as mudanças nos procedimentos da Comissão de Heteroidentificação para o vestibular deste ano. A comissão é responsável pela averiguação das características fenotípicas dos candidatos autodeclarados pretos e pardos, convocados para a matrícula em vagas reservadas.


Ana Lúcia Duarte Lanna – Pró-reitora de Inclusão e Pertencimento da USP –
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

“A principal mudança que estabelecemos este ano é que toda a análise de verificação presencial, com a leitura da autodeclaração pelos candidatos, ocorrerá no formato virtual. Até o ano passado, tínhamos duas modalidades, que eram a presencial, para os candidatos Fuvest, e a virtual, para os candidatos aprovados pelo Enem USP, porque nos parecia que era uma forma de salvaguardar a possibilidade de eles continuarem participando do processo de ingresso na Universidade sem fazer um deslocamento, muitas vezes, impossível. Com o advento do Provão Paulista, a pluralidade das modalidades de ingresso e as dificuldades decorrentes tanto dos formatos virtuais quanto presenciais nos pareceu que o essencial era unificar, ou seja, todos os candidatos a serem submetidos às Comissões de Heteroidentificação serão avaliados pelos mesmos critérios, com os mesmos procedimentos. A gente avalia que isso aprimora ainda mais essa busca por uma isonomia nos processos de seleção”, considera Ana.

A pró-reitora também explicou como é feito esse processo de averiguação: “Os candidatos são avaliados por uma comissão a partir das fotografias que eles disponibilizam no ato de inscrição ou, no caso da Fuvest, pela imagem produzida na hora da realização da prova. Essa comissão analisa essas fotos. Caso haja dúvida sobre a pertinência da autodeclaração, uma outra comissão analisa as mesmas imagens. Caso a dúvida persista, o candidato é chamado para uma oitiva, na qual ele apenas lê a autodeclaração. A partir do próximo vestibular, essa leitura será virtual. Caso seja indeferida a matrícula, o candidato pode apresentar um recurso. Ele é comunicado disso e tem um prazo para apresentar esse recurso”.

“O que eu acho importante dizer desse processo todo é sobre a obrigatoriedade do letramento, ou seja, todas as pessoas que participam dessas diferentes etapas de seleção têm passado por processos formativos, para que possam olhar para esses candidatos de uma maneira muito respeitosa, porque é uma situação muito difícil para todos os envolvidos, que diz respeito a uma expectativa de vida muito grande. Para este ano, estamos aprimorando esse processo de letramento, porque acreditamos que esse é um processo permanente de qualificação, de aprimoramento”, conclui.

Jornal da USP
Por Adriana Cruz