Da pesquisa para o empreendedorismo tecnológico e destaque na área de gestão industrial
31 de maio de 2022
Atualizado: 27 de junho de 2022
Assessoria de Comunicação

A formação de qualidade e com espírito empreendedor é um dos motores que impulsionam a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP). Nesse contexto de universidade empreendedora é que muitos alunos estão conseguindo aprender e aplicar conhecimento na prática, destacando-se em suas áreas de atuação. É o caso da Isabela Piccirillo, doutoranda em Engenharia de Produção da EESC no Núcleo de Manufatura Avançada (NUMA), que transformou seu projeto em startup e virou destaque em duas importantes janelas de oportunidade, uma, inclusive, internacional.

Sob orientação do professor Daniel Capaldo Amaral e coorientação do professor Maicon Gouvea de Oliveira, a doutoranda da EESC conduziu um projeto ligado ao desenvolvimento de softwares de gestão industrial. “Em 2018, fui convidada a apresentar meu projeto de doutorado no Strategic Technology and Innovation Management Consortium, na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Após a apresentação, diretores de inovação de empresas líderes no mercado vieram conversar comigo sobre o projeto, perguntando se eu já tinha minha startup. Foi a partir dessa validação que percebi que estávamos explorando soluções para desafios mundialmente conhecidos em ecossistemas de inovação, colaborações e ventures”, diz Isabela.

A partir dessa validação, o projeto desenvolvido no doutorado cresceu até que em 2021, tornou-se a startup Lotik e, segundo a própria fundadora, “com o intuito de fazer a diferença nos ecossistemas de inovação e nos desenvolvimentos colaborativos que envolvem diferentes empresas por meio do alinhamento das expectativas dos parceiros envolvidos e gestão da propriedade intelectual de maneira segura, ágil e transparente, otimizando processos ao longo de todo o desenvolvimento e minimizando as quebras de contratos, de forma a garantir o ganha-ganha das partes”.

Mesmo com pouco tempo de atuação, a startup tem se destacado. Isabela foi selecionada como uma das dez cientistas-empreendedores brasileiros e participou da 8ª edição do Academic-Industry Training (AIT), que foi apoiado pela Universidade de St. Gallen (HSG), da Suíça, pela CNPq e também pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

O AIT conecta pesquisadores-empreendedores promissores com a indústria, a fim de desenvolver a aplicação de mercado de suas pesquisas de alto nível. Também faz com que pesquisadores internacionais trabalhem juntos para compartilhar as melhores práticas, entender novos mercados, desenvolver novas aplicações de mercado e criar sinergias. 

A edição que a doutoranda da EESC participou consistiu em duas fases: um primeiro treinamento no Brasil e um segundo treinamento presencial na Suíça, seguido por uma competição onde Isabela ficou em terceiro lugar.

Isabela em apresentação no Pitch (AIT, em St. Gallen)

De volta ao Brasil, a startup Lotik conseguiu mais um importante destaque, ao ser selecionada no programa Catalisa ICT, uma iniciativa do SEBRAE que busca transformar o conhecimento gerado nas universidades brasileiras em negócios inovadores. A startup recebeu um apoio de R$ 150 mil e uma oportunidade de participar da jornada de aceleração que conta com capacitação em gestão, mentorias, acesso a serviços tecnológicos e ao universo empresarial.

“Essas conquistas nos mostram que o desenvolvimento de nosso projeto está no caminho certo e evidenciam também como é possível unir conhecimento e empreendedorismo na universidade”, celebra Isabela. 

Para validar as regras de negócio e o modelo conceitual, Isabela diz que um dos projetos que estão sendo acompanhados é no Departamento de Engenharia de Materiais da EESC junto ao professor Eduardo Bellini, que é coordenador de inovação do Center for Research and Technology in Vitreous Material (CeRTEV). “É muito valioso estar em uma universidade empreendedora que nos possibilita essa interação com projetos de consórcios entre grandes empresas, pesquisa universitária e possíveis spinoffs para validar nosso MVP (Produto Mínimo Viável, traduzido). Essa interação nos permite melhorar o modelo de negócio, explorando os problemas e suas respectivas soluções”.

A doutoranda da EESC finaliza: “mesmo com pouco tempo de criação, nossa startup já está recebendo recursos de editais. Mas, no momento, estamos procurando ampliar o investimento para dar continuidade ao desenvolvimento da plataforma comercializável e parceiros para testar nosso MVP. “A oferta desse serviço pode trazer um impacto importante para ecossistemas de inovação, diminuindo o tempo para a formação de consórcios e introdução de uma nova tecnologia de mercado”.

Além da Isabela, atualmente a Lotik tem em seu quadro o engenheiro de software Nathan Ozelim (cofundador), a especialista em inovação em modelo de negócio, Carolina Queiroz, e o engenheiro de produção e desenvolvedor, Erion Criscente. Carolina e Erion são pesquisadores formados na EESC e, como Isabela, fizeram parte do Grupo de Pesquisa Engenharia Integrada (EI).

Equipe Lotik (Nathan, Isabela, Erion e Carolina)

 


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