O evento é uma iniciativa da Agência USP de Inovação em parceria com o Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS) da EESC-USP e com o apoio do Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin). Durante o evento de abertura, o diretor da EESC-USP, professor Paulo Sergio Varoto, apoiou e parabenizou a iniciativa e os órgãos envolvidos. “A 'Oficina de Inovação' tem o formato de um método de aprendizado que vem sendo aplicado gradualmente na EESC e coloca os estudantes na prática de pesquisadores e empreendedores de novas tecnologias e inovação”, comentou Varoto.De acordo com um dos organizadores, o professor do Departamento de Engenharia de Produção da EESC-USP, Daniel Capaldo Amaral, a "Oficina" irá apoiar projetos, já selecionados, com caráter inovador. “A proposta é, além de ampliar a formação acadêmica, oferecer também a oportunidade ao estudante de atuar como um profissional e iniciar um empreendimento”, definiu o docente.Na ocasião Amaral apresentou o ambiente virtual de aprendizado que será usado pelos participantes para o acompanhamento e o desenvolvimento dos projetos, além do formato do grupo para discussão on-line com os mentores e colaboradores.Nessa primeira chamada foram selecionados oito projetos ligados às áreas de controle de zoonoses – que busca evitar a transmissão de agentes causadores de doenças – e controle de infecção hospitalar. Entre eles está o do aluno do curso de Engenharia Elétrica da EESC-USP, Nuno Bernardes Barcellos que, junto com mais quatro estudantes do campus da USP em São Carlos, irá desenvolver um sistema para monitorar a quantidade de vezes que os funcionários de uma instalação hospitalar lavam as mãos durante o expediente.
“Após um ‘brainstorm’ constatamos que uma das principais causas de infecção hospitalar é a falta de higiene pessoal por parte dos funcionários e pacientes. Com isso, idealizamos um sistema de monitoramento que registrará quais funcionários realizaram a higienização das mãos adequadamente e em quais os horários ao longo do dia”, explicou o aluno.Cada funcionário terá uma ‘tag’ associada ao crachá ou a pulseira com seus dados pessoais, que serão lidos por sensores instalados em pias integradas e de funcionamento automático em diversas áreas do hospital. Cada vez que o funcionário lavar as mãos, suas informações serão armazenadas, enviadas para um servidor e posteriormente incluídas em um website que será atualizado periodicamente. Uma pessoa responsável será cadastrada para acessar o site e monitorar as informações.Outro projeto aprovado foi o do aluno da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP), José Diogo dos Santos Souza, o qual está direcionado à área pediátrica do Hospital da Clínicas (HC) de Ribeirão Preto. Ele se propôs a realizar uma campanha de conscientização utilizando uma abordagem lúdico-artística sobre as bactérias mais comuns e responsáveis pelas infecções hospitalares, sem a utilização de ferramentas tecnológicas.“A ideia é criar nomes lúdicos para as bactérias e fazer cartazes com mensagens informativas sobre os malefícios que elas podem causar a saúde e como a higiene pessoal pode prevenir o contato com elas. Também serão distribuídos kits de adesivos aos profissionais para que colem em lugares em que há necessidade e o reforço de limpeza”, explicou Souza.Desta forma, a ação pretende tornar o ato de lavar as mãos – e outras práticas básicas de higiene pessoal – hábito comum e repetitivo entre os funcionários e pacientes do HC. Após dois meses de campanha deverá ser feito um levantamento de dados e uma apresentação gráfica para verificar a eficácia do trabalho no controle de casos de infecção hospitalar.Para realizarem com exatidão seus projetos, os participantes contarão com o apoio de mentores especialistas em diversas áreas do conhecimento, além de uma equipe de colaboradores técnicos e laboratórios especializados. Além disso, cada projeto poderá receber um aporte de até R$ 5 mil, fomentado pela Agência USP de Inovação, para aquisição de materiais de consumo, construção de protótipos, estudos ou prova de conceito, serviços de terceiros e equipamentos, bem como o apoio da EESC-USP para outros subsídios.Sobre a Oficina de InovaçãoA atividade é oferecida em forma de uma disciplina optativa que abordará conteúdos que apoiam a inovação e o empreendedorismo. Os assuntos abordados tratam sobre temas como definição de inovação em produtos e serviços, necessidades e comportamento dos usuários, técnicas de criação de ideias, definição de mercados, rotas tecnológicas, noções de propriedade intelectual, inovação aberta, capital de risco e técnicas de ‘pitch’.Estão envolvidos na coordenação da atividade o diretor do EESCin e vice-diretor da EESC-USP, professor Sergio Persival Baroncini Proença, o diretor do CEAS e professor do Departamento de Engenharia de Engenharia Mecânica da EESC-USP, Jonas de Carvalho, e o coordenador da Agência USP de Inovação, professor Vanderlei Salvador Bagnato.A expectativa é de que a "Oficina" aconteça anualmente abrangendo áreas que atendam às demandas emergenciais da sociedade. Ao final da disciplina os projetos poderão ser apresentados em eventos de inovação no Brasil e no exterior.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP
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Crédito: Keite Marques
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