Biossensor para detecção rápida de bactérias vence a "Oficina de Inovação" da EESC-USP
18 de julho de 2016
Assessoria de Comunicação

 

Entre os seis projetos apresentados, o título "Desenvolvimento de Biossensores Eletroquímicos Baseados em Aptâmeros para Quantificação Simultânea de Escherichia coli e Staphylococcus aureus", realizado pelo aluno do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), Adriano Lopes Rodrigues, e pela estudante do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), Laís Canniatti Brazaca, foi o escolhido como o melhor trabalho de inovação. O projeto consiste em um equipamento para detectar, em poucos minutos ou horas, a presença de bactérias em locais contaminados.

"Fiquei muito feliz pelo trabalho feito em dupla e acredito que o reconhecimento foi o reflexo da nossa dedicação em busca do melhor conceito de inovação", comentou Rodrigues. "A gente sempre acredita no potencial do nosso trabalho, porém é ainda mais gratificante ver que os avaliadores gostaram e aprovaram a ideia", comemorou Laís.

 

Segundo os alunos, o conceito do projeto nasceu dos trabalhos que Laís já desenvolvia na área acadêmica com sensores e, aprofundando as pesquisas, constataram a inexistência de um sensor para detecção rápida de bactérias semelhante ao proposto por eles; então decidiram investir no projeto sob a orientação do professor do IFSC-USP, Valtencir Zucolotto.

 

Um dos organizadores da disciplina, o professor do Departamento de Engenharia de Produção da EESC-USP, Daniel Capaldo Amaral, disse que o trabalho foi muito bem executado. "A tecnologia desenvolvida é disruptiva e com potencial para ser utilizada em uma série de produtos. Os alunos conseguiram demonstrar testes reais e que mostram a maturidade da tecnologia e a viabilidade de desenvolvimento do produto", salientou. 

 

Apresentações

Antes da apresentação final, os participantes expuseram e detalharam seus protótipos no Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS) da EESC-USP. A exibição aumentou a expectativa da banca avaliadora – que foi formada por professores, investidores e pesquisadores das áreas de tecnologia, inovação e saúde – em conferir os resultados finais.

De acordo com Amaral, o potencial que existe dentro da USP faz com que o estoque de conhecimento presente nos diversos grupos de pesquisa desenvolva soluções com tecnologias de ponta, disponibilizando conhecimentos e ferramentas para os alunos. "Na prática isso significa desenvolver produtos com vantagens competitivas e significativas, isso é, produtos que, se lançados, trazem vantagens que não seriam facilmente imitadas ou sobrepostas, garantindo elevado retorno", comentou o docente. 

 

No total seis dos oitos projetos selecionados no início da disciplina foram apresentados. Com breves exposições, os alunos comentaram sobre as pesquisas realizadas, os desafios, as descobertas e curiosidades até chegarem aos protótipos. Por fim, os avaliadores se reuniram para discutirem e definirem as pontuações.

 

Enquanto isso o público também pôde participar de uma votação separada, investindo valores fictícios de R$5, R$10, R$20, R$50 e R$100 nos projetos. Somando os investimentos que cada um recebeu, o melhor trabalho escolhido foi a "Plataforma de fiscalização sem fio com interface Ethernet e tecnologia RFID aplicada ao controle de infecções hospitalares", um sistema para monitorar a frequência com que os funcionários de um hospital higienizam as mãos durante o expediente.

 

Todos os projetos foram desenvolvidos com muito empenho e dedicação dos alunos, cada um com seu o objetivo e motivação. Um dos trabalhos que chamou atenção do foi o do aluno do Instituto de Física (IF), Paulo Roberto Lopes De Simone, que desenvolveu o trabalho chamado "Higienização de Arquivos de papéis", classificado em segundo lugar pelos jurados. Ele produziu duas soluções – uma alcoólica e outra anóxia – eficazes na higienização e recuperação de livros degradados por fungos e pragas. "Se fôssemos descartar os livros degradados, estaríamos jogando conhecimento fora sem saber seu conteúdo e valor histórico", comentou o aluno.

 

Atualmente a técnica disponível no mercado é a de restauração, que causa mais impacto ao papel e possui alto custo; já a vantagem das novas soluções é a diminuição de danos ao papel e o baixo custo para aplicação.  O resultado do projeto foi tão positivo que o aluno pretende dar continuidade às pesquisas em um projeto de mestrado. "Fiquei muito feliz e motivado com o resultado. Pretendo desenvolver um projeto de mestrado na área para dar continuidade às pesquisas", explicou De Simone.

A iniciativa da "Oficina de Inovação" foi da Agência USP de Inovação, em parceria com o Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCin) e CEAS. Para o próximo edital, Amaral comentou que dependerá da existência de uma parceira interessada no tema que pode ser de uma organização sem fins lucrativos ou empresa na área. "No caso de interesse, basta entrar em contato com a Agência de Inovação, polo São Carlos, para discutir as possibilidades de parceria", explicou o docente.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP

 

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