Com 54,1% de ingressantes de escolas públicas, vestibular 2023 foi o mais inclusivo da história
16 de maio de 2023
Atualizado: 26 de junho de 2023
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Dos 10.662 estudantes de graduação que ingressaram em 2023, 54,1% são oriundos de escolas públicas e 27,2% são pretos, pardos e indígenas

Mais da metade dos estudantes aprovados no vestibular 2023 da USP são oriundos de escolas públicas. Das 10.662 vagas preenchidas, 5.714 são de alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas (EP), ou seja, 54,1%, sendo que 2.020 estudantes são também do grupo Pretos, Pardos e Indígenas (PPI).

Trata-se do maior porcentual atingido pela Universidade desde o início da política de reserva de vagas destinadas a esses estudantes, aprovada pelo Conselho Universitário em 2017. As cotas foram adotadas de forma escalonada desde o vestibular de 2018 até atingir, no mínimo, 50% das vagas reservadas para candidatos oriundos de escolas públicas.

Sobre a reserva de vagas para escolas públicas, também incide o porcentual de 37,5% de cotas para estudantes autodeclarados PPI, índice equivalente à proporção desses grupos no Estado de São Paulo verificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No saldo final, o vestibular 2023 preencheu 10.662 das 11.147 vagas oferecidas, ou seja, 95,6% das vagas. As vagas remanescentes são disponibilizadas para transferência interna, transferência externa e para candidatos portadores de diploma de curso superior.

Os dados foram divulgados pela Pró-Reitoria de Graduação durante a sessão temática do Conselho Universitário que aconteceu no dia 25 de abril e discutiu as propostas e os desafios da Graduação na Universidade.

Reserva de vagas

A adoção das políticas de inclusão tem alterado o perfil socioeconômico dos estudantes da Universidade, tornando-o mais diverso e inclusivo.

Uma novidade do vestibular 2023 foi a alteração na classificação dos estudantes inscritos para as políticas afirmativas. Neste ano, todos os candidatos concorreram, primeiramente, às vagas destinadas à Ampla Concorrência (AC), independentemente da categoria em que se inscreveram. Dessa forma, foram preenchidas antes as vagas para Ampla Concorrência, depois as vagas para Escola Pública, seguindo os critérios para essas vagas, e só depois as vagas para PPI.

A alteração foi adotada com o objetivo de ampliar as possibilidades dos candidatos EP e PPI, já que, além das vagas reservadas para cada grupo, esses candidatos disputaram também as vagas de ampla concorrência.

Garantindo a permanência dos estudantes

O crescente aumento do número de estudantes ingressantes com necessidades socioeconômicas tem demandado mais esforços no que se refere às ações da política de permanência da Universidade, que disponibiliza, entre outras iniciativas, vagas nas moradias estudantis, auxílios e bolsas aos estudantes e subsídios para transporte e alimentação.

No final do ano passado, o Conselho Universitário aprovou o aumento de 58% nos recursos para o Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (Papfe). Ao todo, em 2023, a USP investirá R$ 188 milhões em ações voltadas a estudantes de graduação e de pós-graduação com necessidades socioeconômicas. A seleção dos estudantes contemplados pelo programa é feita por avaliações socioeconômicas.

O Papfe integra a política de permanência da USP e tem o objetivo de diminuir a evasão causada por dificuldades socioeconômicas, garantindo aos estudantes selecionados as condições necessárias para continuarem seus cursos. O programa oferece um auxílio-permanência no valor de R$ 800, para os alunos que não forem contemplados com vaga nas moradias estudantis da USP, e no valor de R$ 300, para os estudantes com vaga nas moradias. O benefício é pago durante todo o tempo de realização do curso e também inclui refeições gratuitas nos restaurantes universitários.

Além dos auxílios do Papfe, a Universidade também tem estimulado a participação da sociedade civil no processo de inclusão e permanência estudantil.

USP Diversa

Criado em 2022, o USP Diversa é um programa de doação para pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse em financiar bolsas para estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

No caso de empresas, a adesão ao programa significa o compromisso de oferecer apoio para o período completo da graduação a um número previamente definido de estudantes. Já as pessoas físicas podem escolher apoiar de forma recorrente ou única e determinam previamente o período de sua participação.

Empresas como Itaú, Santander, Deutsche Bank e Dow Química já aderiram ao programa, totalizando, nesta primeira etapa, o oferecimento de mais de 270 auxílios, no valor de R$ 800 mensais. O investimento total está estimado em R$ 10 milhões.

 

Texto: Erika Yamamoto
Arte: Carolina Borin Garcia

Por Jornal da USP


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