Projeto Integrado de Inovação do curso de Engenharia de Produção encerra ano com transformação de praça pública
Uma cerimônia especial realizada no Anfiteatro Jorge Caron, no último dia 3 de dezembro, marcou o encerramento do ano do Projeto Integrado de Inovação, disciplina que integra o 4º ano de graduação do curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC-USP). No evento, o destaque foi a apresentação do trabalho de desenvolvimento de projetos de mobiliário urbano voltados para a qualificação da praça em frente à Escola Estadual Esterina Placco, localizada na Vila São José, na cidade de São Carlos.
Esse ano a integração foi ainda mais especial pois os projetos foram realizados em parceria com o projeto de extensão Cidade que Educa: transformando ruas, bairros e pessoas, coordenado pelas professoras Amanda Saba Ruggiero, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), USP, e pela professora Renata B. Peres, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A disciplina Projeto Integrado de Inovação é coordenada pelos professores Daniel C. Amaral e Aldo R. Ometto e integrada as disciplinas de Processos de Desenvolvimento de Produto, Engenharia do Ciclo de Vida, Análise de Investimentos e Ergonomia, ministradas pelos docentes citados e pelas professoras Daisy A. do N. Rebelatto e Janaína M. H. da Costa, respectivamente.
“Celebramos a finalização desse ciclo do projeto que é diferenciado por buscar desenvolver soluções reais integrando quatro disciplinas visando o impacto positivo para a sociedade e para os usuários, com viabilidade técnica, ambiental e econômica, no contexto do Programa de Curricularização de Extensão da EESC e da USP”, destaca Ometto.
Para o professor, a sinergia entre todos os envolvidos potencializou que o objetivo fosse alcançado. “Aos alunos de 4º ano da Engenharia de Produção da EESC se juntaram estudantes de pós-graduação e graduação do IAU, permitindo o exercício da multidisciplinaridade e colaboração. Assim, o projeto culminou com novos produtos, do tipo mobiliário urbano, que além de adequados à praça localizada em frente à Escola, também podem servir como oportunidades de negócios com impacto positivo para outros locais. As soluções são resultados de diálogos com os alunos da instituição de ensino, que puderam compartilhar suas demandas e necessidades relacionadas àquele espaço”.
Assim, ressaltou Ometto, “o Projeto Integrado de Inovação de 2024 integrado ao Projeto Cidade que Educa, aconteceu, cumprindo a missão de transformar as cidades e, consequentemente, os cidadãos, para valores que os tornem mais participativos e mais inclusivos, preocupados com questões importantes para a cidade e para vida, como as ambientais, de saúde, de lazer, e que possam promover, portanto, tais valores, mesmo a partir de pequenas intervenções urbanísticas”.
Aprendizado, espaços urbanos e cidadania
Ao fazer coro com a manifestação de Ometto, o também docente e responsável pelo Projeto Integrado de Inovação, Daniel C. Amaral, fez questão de evidenciar como o aprendizado pode e deve caminhar junto com a prática e, nesse caso, fazer a diferença quando o tema é espaço urbano e cidadania.
“Esse projeto integrado faz parte do esforço que tem sido feito desde 2010 de dar aos nossos jovens que estão estudando engenharia a oportunidade de tentar resolver problemas reais. Temos recebido bastante apoio interno e externo da sociedade, nesse trabalho”, ressalta Amaral.
O tema foi especialmente desafiador para os alunos, dada a quantidade de aspectos envolvidos e, para superá-lo, foi necessária uma rede ampla de suporte técnico aos estudantes além das disciplinas da graduação, tais como: mentoria de alunos de graduação e pós-graduação do IAU sobre planejamento urbano e projeto; palestras da coordenação do Projeto Cidade que Educa; apresentações, visitas, aconselhamentos e revisões da equipe da Divisão de Espaço Físico da Prefeitura do Campus de São Carlos, a Eng. Cilene de C. Garcia e o Arqto. Eduardo Araujo; a equipe da coordenação, diretoria e alunos da Escola Estadual Esterina Placco; comércio local ao redor da praça e representantes da sociedade local.
Durante a execução do projeto, os alunos foram convidados a passar por várias etapas, desde a busca inicial de informações, conhecendo melhor o local, de modo a descobrir seus problemas de perto, passando pela busca de materiais até chegarem ao desenvolvimento de soluções que fossem alinhadas com as tendências dos negócios atuais, como a economia circular, com os princípios de sustentabilidade, e fossem economicamente viáveis e ergonômicos.
“Tudo isso, seguindo os objetivos casados com o projeto parceiro Cidade que Educa, qualificando os espaços públicos, de forma que sua melhora auxilie as pessoas a evoluírem em suas relações de cidadãos com esses espaços, algo que foi alcançado de forma maravilhosa em nosso Projeto Integrado de Inovação deste ano”, comemora o docente.
Presente ao evento, a vice-diretora da escola Esterina Placco, Elizangela Cristina Milhor Pozzi, também exaltou a importância da parceria entre as instituições por meio do projeto. “A parceria entre a escola e a universidade foi algo bastante relevante para toda a nossa comunidade escolar. O projeto de mobiliário e de transformação da praça foi muito bem-vindo. Com a participação dos nossos estudantes do 9º ano do fundamental ao 3º do ensino médio, os universitários da EESC puderam dialogar, trocar informações e fazer a transformação. Agora, a praça servirá como mais um espaço de sociabilização dos estudantes, promovendo maior integração da nossa comunidade”.
Para a professora Amanda, do IAU, a união de intenções entre o projeto Cidade que Educa e o Projeto Integrado de Inovação foi bastante exitosa, o que envolveu a aprovação de um projeto junto a Pro Reitoria de Cultura e Extensão da USP. “Muita alegria em ver a realização desse projeto e que, de forma efetiva, trabalhou a interdisciplinaridade e em conjunto com a comunidade, trazendo como resultado algo que estivesse em convergência com suas necessidades. Esperamos seguir com projetos que façam a diferença como esse”, disse.
De fato, a ideia é de dar sequência, segundo Ometto. “Desejamos prosseguir com a parceria, seguindo esse envolvimento e cooperação forte criada entre a EESC, o IAU e a Prefeitura do Campus, por meio de sua Divisão do Espaço Físico”.
A união de esforços na construção de iniciativas que exemplificam a integração entre ensino, extensão e impacto social, dentro do programa de curricularização da extensão universitária, inclusive, também foi bastante destacada por Cilene de C. Garcia e Eduardo A. Silva, ambos da Divisão do Espaço Físico da Prefeitura do Campus.
“Esse tipo de experiência, quando ocorre dentro de uma disciplina universitária, levando alunos a pensarem numa situação real e estabelecerem pontes com outros atores, auxilia muito em sua formação profissional, porque além da experiência prática, eles também adquirem experiência da prática de diversos olhares e contribuições, muito importante para os desafios contemporâneos. Portanto, ficamos muito satisfeitos tanto com o processo quanto com o resultado dos projetos, e que importantes conceitos como Interdisciplinaridade, Acessibilidade e Sustentabilidade foram muito bem trabalhados, os quais serão fundamentais para o exercício profissional”, conclui Silva.