Professor da Universidade da Pensilvânia promove palestra sobre sistemas de imagem mamográfica
O convênio foi firmado após o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica ter sido contemplado com uma bolsa de pesquisador visitante especial do programa Ciência sem Fronteira, da Capes, que tem como finalidade oferecer apoio financeiro a projetos de pesquisa de universidades brasileiras em colaboração com universidades estrangeiras. O projeto tem duração de três anos e será desenvolvido com a parceria da Faculdade de Medicina da University of Pennsylvania.
Dentre as atividades da visita, o pesquisador americano promoverá uma palestra na próxima quarta-feira, dia 13 de agosto, às 10h30, no Anfiteatro do SEL – localizado no prédio Armando Natsume. O tema será sobre avaliação de sistemas de imagens de tomossíntese digital da mama (Digital Breast Tomosynthesis), também conhecida como mamografia 3D, por meio de testes clínicos virtuais. Clique aqui para conferir o resumo em inglês do evento.
O professor Vieira explicou que a mamografia 2D, tradicional para rastreamento de câncer de mama, pode apresentar problemas de superposição de tecidos na reprodução da imagem, pois camadas de tecidos mais densos podem ficar sobrepostas, impedindo a visibilidade de um tumor. Na tomossíntese um tubo de radiação realiza várias projeções da mama que são reconstruídas para se obter fatias tomográficas, como ocorre na tomografia computadorizada. Dessa forma, se existirem dois tecidos sobrepostos nas projeções, é possível separar as imagens.
O Hospital da University of Pennsylvania conta com seis equipamentos de tomossíntese produzido pela única empresa autorizada para uso clínico da tecnologia nos EUA. Inclusive esse hospital é um dos poucos hospitais do mundo que realizam todo rastreamento de câncer de mama exclusivamente por tomossíntese.
Bakic ainda explicou também que durante o primeiro ano de uso do novo equipamento, os resultados foram muito positivos: “Utilizando a tomossíntese eles detectaram mais casos de câncer de mama do que na mamografia tradicional. Também houve diminuição na quantidade de diagnósticos com ‘falso positivo’ – quando o paciente não tem o tumor, mas é submetido a biopsias para confirmar a ausência da doença”, relatou.
Nos EUA o método está disponível desde 2011. No Brasil ainda são poucos os hospitais que possuem um equipamento de tomossíntese e a técnica ainda é utilizada apenas como exame complementar após a mamografia tradicional.
A proposta da pesquisa a ser desenvolvida por Vieira na EESC consiste em investigar as características do ruído - 'denoising' - das imagens de tomossíntese e, a partir desse estudo, desenvolver novas técnicas de filtragem para melhorar a qualidade da imagem e reduzir as doses de radiação aplicadas à paciente.
“A qualidade da imagem pode interferir muito no diagnóstico do médico. Quanto mais radiação a paciente recebe, melhor fica a imagem, pois o ruído diminui. Porém, esse aumento eleva a chance de induzir o aparecimento de um câncer em uma pessoa normal”, afirmou o professor.
O pesquisador americano desenvolveu um programa de computador que simula toda estrutura tridimensional da mama e também todo o processo de aquisição da imagem, compatível com vários equipamentos comerciais. Assim, pode-se avaliar diferentes sistemas de imagem a partir de testes pré-clínicos, evitando a necessidade de submeter pacientes a um excessivo número de exposições à radiação.
“A pesquisa é um avanço para área de diagnóstico do câncer de mama, pois reduzir as doses de radiação na mamografia é um grande desafio, já que muitas mulheres após os 40 anos precisam realizar o exame anualmente. Todo esforço para reduzir as doses de radiação sem comprometer a qualidade da imagem é muito importante na área da mamografia”, destacou Bakic.
O projeto conta também com a colaboração dos professores Homero Schiabel (EESC/USP), Nelson D. A. Mascarenhas (DC/UFSCar), Andrew D. A. Maidment (University of Pennsylvania) e David D. Pokrajac (Delaware State University).
Clique aqui para saber mais sobre Predrag Bakic.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC