Confiante, equipe EESC-USP Tupã prepara-se para o Campeonato Nacional
Para o diretor da equipe, Lucas Gouvêa, o momento é de muita expectativa e preparo, já que falta pouco menos de um mês para a competição. “A ansiedade é grande, pois desde o início desse projeto alimentamos o desejo de participar do campeonato e agora, com o lançamento do veículo, nos vemos capazes de mostrar nossa proposta inovadora e competitividade para as demais equipes, além de chegar à frente de todas”, comentou.
Ele ainda destacou que nesse período de preparação o grupo deve fazer alguns ajustes que julgar necessários, desde que estejam em acordo com as regras da competição. “Ainda temos melhorias a fazer no carro até o dia da corrida; com ele finalizado, temos mais oportunidades para testá-lo e sentir seu desempenho na pista, avaliando possíveis aperfeiçoamentos”, comentou o diretor.
O protótipo elétrico de corrida é o primeiro da USP a participar de uma competição Formula SAE e também é destaque ao ser o primeiro do Brasil na categoria com dois motores, um para cada roda traseira. Segundo Gouvêa, o diferencial eletrônico – que tem a função de transferir e distribuir uniformemente o torque aos dois semieixos do veículo – diminuiu o peso físico em comparação ao diferencial mecânico, que pode ser de alumínio ou de ferro fundido. “Os dois motores são acoplados às rodas traseiras, controlando a rotação mais alta e a mais baixa dos pneus em uma curva, isto é, a roda de dentro precisa girar menos e a de fora girar mais. Através de sensores inseridos no veículo elaboramos uma programação por meio de equações para regular o desempenho da tração elétrica”, explicou.
Todo esse conjunto de tecnologia deixa o veículo com aproximadamente 300 kg – um peso bem inferior se comparado ao carro de rua elétrico, tipo esportivo, Tesla modelo S do ano 2012 que pesa pouco mais de duas toneladas –, e oferece um controle ainda mais preciso de acordo com as características da pista de prova ou de qualquer outra situação, um benefício que apenas com o diferencial mecânico não seria possível obter.
Outros investimentos também foram listados, como a estrutura tubular do carro – que é antitorção e extremamente leve –, além a aplicação de materiais utilizados na engenharia automobilística de uso restrito como, por exemplo, a fibra de aramida e a fibra de carbono importada. “São materiais sofisticados, de alto desempenho, resistentes e extremamente leves, que nem sempre são baratos. Mesmo que a missão da equipe seja sempre reduzir os custos do projeto, pensando na competitividade fomos obrigados a abrir mão do baixo custo por função do desempenho”, salientou o estudante.
O coordenador da equipe e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC, Maximiliam Luppe, foi o primeiro incentivador do projeto e dos alunos. Ele explicou que inicialmente a ideia foi inovar na área de elétricos, pois apesar de alguns professores do Departamento trabalharem com projetos, não haviam desenvolvido um protótipo por questão de recursos. “Com a proposta dos alunos, surgiu a possibilidade de ter uma equipe estudantil de carro elétrico de corrida e o desenvolvimento da tecnologia, para que, além do uso em competição, servisse também como pesquisas em laboratórios”, destacou.
Ele ainda contou que o esboço original do projeto era de um carro mais básico, pois o prioritário era montar uma equipe sólida para as primeiras atividades. A ideia de utilizar dois motores surgiu com o tempo, visando melhorar a tração elétrica. O professor comentou que hoje o desafio da equipe EESC-USP Tupã ainda pode ser servir de incentivo e exemplo para alunos de outras universidades. “O nosso o projeto, sendo bem-sucedido, com certeza irá atrair o interesse de muitas outras universidades, a fim de desenvolverem um veículo elétrico e participarem também da competição”, ressaltou.
Mesmo com toda a tecnologia aplicada no primeiro protótipo elétrico da EESC, Luppe salientou que o projeto passará por melhorias e inovações para as próximas competições. “Todo ano é preciso fazer melhorias no carro de acordo com as regras vigentes para cada campeonato. Os organizadores exigem a necessidade de modificação e atualização do projeto, sendo assim serão cobrados dos alunos novas ideias, pesquisas e muito trabalho”, destacou o professor.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC
Fotos: Keite Marques
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