Pela quarta vez, trabalho de grupo de pesquisa da EESC é premiado em congresso nacional
Essa é a quarta vez que um trabalho do grupo é premiado, com destaques obtidos nos eventos de 2010, 2013, 2014 e 2016. O Congresso, que está em sua 60ª edição, é o mais importante evento nacional na área de materiais cerâmicos e congrega a maior parte da comunidade de pesquisadores de universidades, centros de pesquisa e empresas do setor. A menção honrosa é oferecida pela Associação Brasileira de Cerâmica (ABCeram) aos melhores trabalhos completos apresentados por alunos de pós-graduação no Congresso, desde sua primeira edição, em 1954.
A premiação veio por meio do trabalho Hidróxido de Alumínio Como Agente Porogênico em Cerâmicas Porosas Refratárias: Efeito do Tamanho de Partícula, de autoria da aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPG-CEM), Adriane Damasceno Vieira de Souza. A pesquisa faz parte de sua tese de doutorado Evolução microestrutural e de propriedades físicas de cerâmicas porosas moldáveis de alta alumina durante calcinação e sinterização, orientada por Salomão.
"Tal honraria deixa-nos muito satisfeitos, pois além do reconhecimento da qualidade técnica e importância científica da pesquisa realizada, mostra que a formação de novos recursos humanos tem sido feita de forma correta, sendo essa a função mais nobre da EESC. Acreditamos que estamos no caminho certo", destacou o docente.
O trabalho premiado mostra como estruturas cerâmicas de diferentes tipos e quantidades de poros podem ser obtidas por meio da combinação de partículas de óxido de alumínio e hidróxido de alumínio com diferentes tamanhos.
As possíveis aplicações para esses sistemas envolvem isolamento térmico de altas temperaturas (acima de 1000ºC), com aplicação em processos da indústria siderúrgica e de cimento para manter a temperatura interna dos processos, evitando perdas térmicas e gerando significativa economia de energia. Também podem ser utilizados para filtração de gases quentes em processos da indústria petroquímica, como em reatores com leito fluidizado e limpeza de efluentes. Além disso, podem ser aplicados como propantes cerâmicos para fratura hidráulica, utilizados em prospecção de gás natural impregnado em rochas, e também no suporte catalítico que acelera diversos tipos de reações químicas.
Segundo o Salomão, o trabalho possui dois diferenciais importantes que são: o uso de novos métodos de processamento – que permitem a obtenção de peças com grande volume (até várias dezenas de quilos de material) e geometrias complexas – e a utilização de matérias primas produzidas no Brasil em substituição a recursos importados comumente empregados nas indústrias.
"Essas estruturas cerâmicas porosas podem ser moldadas como o concreto usado em construção civil e aplicadas em formas complexas que outros processos de conformação (como a prensagem) não permitiriam. Além disso, por se tratar de um sistema inicialmente líquido, pode ser bombeado ou aplicado como spray", concluiu o docente.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESCFoto: Keite Marques