Parceria entre UFTM e EESC desenvolve colher adaptada para pessoas com dificuldades motoras
A demanda por essa pesquisa foi identificada em 2014 pela graduanda em Terapia Ocupacional da UFTM, Beatriz L. Pachelli, durante o desenvolvimento de seu trabalho de conclusão de curso sob orientação da professora da mesma Universidade, Alessandra Cavalcanti de Albuquerque e Souza. Beatriz realizou experimentos com duas colheres, uma padrão e outra adaptada adquirida comercialmente por importação, e obteve resultados positivos nos testes com o dispositivo adaptado e um paciente com Parkinson. Como o item importado tem valor elevado para compra, elas se questionaram sobre a possiblidade de desenvolver um novo modelo de colher que fosse acessível para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
A professora do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM) da EESC, Zilda de Castro Silveira, já participava de outro trabalho na área de tecnologia assitiva com a professora Alessandra, o que gerou a possiblidade de nova interação. Por meio de ferramentas da teoria e metodologia de projeto com foco em atribuir grau de inovação na solução conceitual de produtos, o aluno de mestrado do SEM, Artur Valadares de Freitas Santos, teve como proposta de projeto de pesquisa, orientado pela professora Zilda, a busca e seleção sistemáticas de soluções com foco em uma solução técnica simplificada, totalmente baseada em elementos mecânicos e que pudesse ter um custo de fabricação acessível aos pacientes da rede pública de saúde.
Santos abordou o processo de melhoria do utensílio de alimentação para indivíduos com algum grau de tremor nas mãos por meio da integração das metodologias de projeto Quality Function Deployment (QFD) e da Teoria da Resolução Inventiva de Problemas (TRIZ). A manufatura aditiva foi utilizada durante a fase conceitual para gerar modelos conceituais e o protótipo funcional a partir de uma impressora 3D do tipo low-end, baseada na técnica de Filament Deposition Modeling (FDM).
O utensílio obtido pode ser utilizado sem restrições para indivíduos que tenham graus iniciais da doença de Parkinson ou ainda por pessoas acometidas de outras doenças e acidentes que dificultem a 'pega' no cabo de uma colher comum. "O dispositivo projetado possui o cabo para segurar dividido em quatro compartimentos nos quais é possível inserir água para alterar o peso, melhorar a estabilidade da preensão e, assim, dar mais autonomia ao usuário durante o processo de alimentação”, explicou a professora Zilda.
A solução conceitual foi patenteada no início deste ano, e o protótipo funcional está em fase de testes preliminares, por meio do delineamento de experimentos denominados Single-User, em um projeto de iniciação científica da UFTM, com apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq e sob a orientação da professora Alessandra. O trabalho de avaliação conjunto entre as duas instituições conduzirá aos ajustes finos do produto, com perspectiva de licenciamento comercial até o final do ano de 2017. Esse projeto em seu estágio atual conta com o suporte financeiro do projeto de pesquisa focado em Tecnologia Assistiva da chamada CNPq-MCTI-SECIS, nº 20/2016, sob coordenação da professora Zilda.
Conheça mais sobre o projeto neste vídeo do G1.
informação
Professora Zilda de Castro Silveira Tel.: (16) 3373-8604 E-mail: silveira@sc.usp.br
Por Assessoria de Comunicação da EESC
Fotos: NUMA-SEM-EESC-USP e UFTM