A competição teve como objetivo incentivar e promover projetos científicos na comunidade universitária que possibilitassem soluções para a melhoria da qualidade de vida no ambiente urbano por meio da aplicação de conceitos de inovação e empreendedorismo relacionados à internet das coisas.Nesse intuito, os estudantes desenvolveram o Sistema Automático de Umidificação de Parques (SAUPA), o qual busca estabelecer um nível de umidade relativa do ar confortável, de maneira inteligente, no ambiente onde estiver instalado. O sistema monitora o local, processa os dados, interpreta o ambiente e, a partir disso, toma uma decisão operacional.Os alunos embarcarão para os Estados Unidos a fim de participar da "Telit DevCon 2015" e do "CTIA Super Mobility 2015", sendo esses importantes eventos mundiais de inovação. Lá eles pretendem apresentar a solução e ter a chance de atrair investidores para o negócio.A ideia do sistema surgiu como um projeto visando à participação na competição nacional após muita pesquisa com o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC-USP, Edson Gesualdo, que foi o orientador do trabalho. Os estudantes também consultaram a professora do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP (IAU-USP), Luciana Bongiovanni Martins Schenk, que foi responsável pelo projeto de revitalização do Parque do Kartódromo "Antenor Garcia Ferreira", em São Carlos. Ela apresentou aos alunos a demanda por um sistema inteligente de umidificação para espaços públicos, que fosse eficiente para a população e não causasse desperdício de água.Analisando essa demanda, os estudantes constataram que criar uma solução para o problema também atenderia os principais quesitos da competição: inovação e qualidade de vida. “Muitas pessoas deixam de frequentar os espaços públicos para fazer suas atividades físicas por causa da insalubridade do tempo seco”, comentou Renata.O SAUPA é constituído de sensores instalados em pontos estratégicos que captam a temperatura e a umidade do ar dentro da área de monitoramento e fazem com que o sistema aja automaticamente, diferente dos umidificadores para redução de sensação térmica que geram uma nuvem de água pulverizada para amenizar o calor do corpo do usuário quando acionados manualmente – equipamentos como esses já são utilizados em alguns parques como, por exemplo, o Ibirapuera, em São Paulo (SP).O sensoriamento ocorre por intermédio de uma lógica do sistema que atua de forma autônoma: ao identificar o baixo nível de umidade do ar, ela ativa ventiladores com vapor de água no ambiente até regularizá-lo, e a operação é repetida sempre que o nível abaixar. Todo o sistema funciona com uma rede sem fio, e o investimento total para a implantação gira em torno de R$50 mil para uma área aproximada à do Parque Dom Pedro II, localizado na capital paulista.A solução também disponibiliza o acesso a um aplicativo para o sistema Android com informações sobre temperatura e umidade do ar no local, assim o usuário pode acompanhar quando o sistema está funcionando. Os alunos afirmaram que é possível integrar mais tecnologia, por se tratar de um projeto constituído em módulos, como um sensor de radiação solar para medir o nível de raios UVA e UVB. “Esse módulo serviria como informação aos usuários e conscientização do uso de protetor solar, bonés e chapéus, quando a radiação estiver em níveis considerados de risco a saúde”, explicou Renata.Para a avaliação dos jurados, foi construído um protótipo da rede de sensores com a central de informações e os umidificadores operando automaticamente em tempo real. Todo o desempenho pôde ser acompanhado por meio do acesso aos dados disponibilizados no site e no aplicativo SAUPA.Moraes comentou que há outros detalhes para aperfeiçoar o sistema com o objetivo de adequá-lo a um produto comercial. “Ainda estamos amadurecendo a ideia”, ressaltou. O sistema tem como público-alvo prefeituras e subprefeituras, além de organizações esportivas, empresas com o perfil sustentável e fabricantes de protetores e bloqueadores solares.Para os alunos, conquistar o primeiro lugar no desafio foi muito gratificante. Moraes disse que o prêmio reconhece toda a dedicação e o objetivo alcançado na prática. “O projeto saiu do ponto zero, foi muito trabalho até conseguir tirar algo do papel, como um projeto promissor que pode funcionar e ser útil”, destacou.Renata ainda comentou que esse é o primeiro passo para a vida profissional da dupla. “A gente aprendeu muito e correu atrás de tudo para transformar a ideia em um protótipo. Acredito que o prêmio é muito importante e um diferencial pela notoriedade da empresa. Os contatos que iremos fazer em Las Vegas serão de grande relevância para nós”, concluiu.Para o professor, a compreensão adequada por parte dos estudantes, o cumprimento do regulamento da Telit no projeto, a capacidade de agregar outros dispositivos ao sistema e a escolha do tema foram os destaques que levaram os alunos à vitória. “Esse projeto satisfaz as exigências da Empresa, é de fácil instalação, apresenta real benefício às pessoas que utilizam as áreas urbanas e tem potencial econômico”, comentou Gesualdo.Ele também ressaltou que há sempre uma grande satisfação quando seus alunos realizam um projeto que os destacam no cenário nacional. “Isso mostra o quanto os estudos abrem essas possibilidades, dando-os conhecimento e autoconfiança. Isso destaca também nosso departamento e a Escola”, concluiu o docente.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP
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