Mesmo em tão pouco tempo de atuação, o grupo coordenado pelo professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP), Evaldo Luiz Espindola, alcançou ampla visibilidade, mesmo quando comparado a outros times da Rede Enactus do país com mais tempo de experiência. A confirmação disso foi a conquista do terceiro lugar na classificação de geral do "Campeonato Nacional da Enactus Brasil", que ocorreu na cidade de São Paulo entre os dias 16 e 17 de julho. O time ficou atrás apenas de dois grupos, ambos com mais de 10 anos de formação.A Enactus é uma rede internacional constituída por jovens universitários que tem por objetivo possibilitar a melhoria de vida de comunidades que tenham alguma necessidade específica através de ação empreendedora, aplicando em projetos socioambientais o conhecimento adquirido na sala de aula.Formado atualmente por 37 alunos de diversos cursos do campus da USP em São Carlos, o grupo Enactus CAASO-USP vem buscando aumentar o número de integrantes da equipe a fim de expandir o modelo de ação com outros projetos sociais, envolvendo novos assentamentos e outros grupos específicos.As ações executadas tem caráter informativo e técnico, envolvendo diferentes áreas de conhecimento direcionadas a suprir demandas características da comunidade e identificadas pelo grupo como prioritárias, com possibilidade de retorno financeiro aos atendidos. As atividades são desenvolvidas de forma que a comunidade se apodere do conhecimento gerado no âmbito acadêmico, tornando-se apta a continuar sua execução após a saída dos alunos.Uma das frentes de trabalho do GerAÇÃO Helena é a Rede Agroecológica do Santa Helena, que faz a ligação direta entre produtores e consumidores, conciliando produção e economia com saúde humana e ambiental e valorizando a agricultura familiar. Essa rede gera maior renda para os assentados, ao passo que fornece produtos orgânicos de boa qualidade aos consumidores, com preço mais baixo, maior diversidade de culturas agrícolas e maior nível de informação sobre a fonte desses alimentos.“Esse projeto envolve diversos parceiros como dentistas, nutricionistas, assistente social, Embrapa, UFSCar e mais de 50 consumidores que entenderam a causa e aderiram ao sistema de compra em rede, o qual auxilia o produtor ao retirar o atravessador e estimula e garante a produção ao mesmo tempo em que favorece o consumidor, pois este sabe a origem e qualidade do produto consumido”, explicou professor.A partir desse trabalho, o grupo foi inscrito em diversos editais a fim de concorrer a prêmios de incentivo para os projetos e atividades desenvolvidas. O GerAÇÃO Helena ficou entre cinco finalistas do edital "Ford C3 Building Sustainable Communities Projetc Partneship 15-16 Aplication" e na avaliação final conquistou o primeiro lugar, recebendo US$ 5 mil para serem investidos no próprio projeto.O trabalho apresentado no "Campeonato Nacional" também foi destaque no "Prêmio KPMG de Incentivo a Ética e Integridade", do qual recebeu a quantia de R$ 2 mil para serem aplicados nas atividades gerais do time. O Enactus CAASO-USP também teve o reconhecimento no "Prêmio de Defesa Vegetal" oferecido pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), como finalistas do concurso ocupando a terceira colocação na classificação geral.Espindola afirma que todos os prêmios recebidos e os reconhecimentos como finalistas após a avaliação de diversos jurados, entre diretores de empresas e presidentes de ONGs, devem-se ao esforço e à dedicação dos alunos e aos avanços alcançados. O relatório com os resultados desde o início das atividades até o final do primeiro semestre de 2015 mostra a eficiência da atuação do grupo: 30 famílias obtiveram acesso a alimentos de qualidade produzidos de forma orgânica, 550 itens deixaram de ser desperdiçados graças a esse método de produção, nove famílias foram empoderadas com técnica de biofertilização, oito famílias fixadas no campo tiveram aumento de 36% na renda, 12 pessoas tiveram acesso a água clorada, 12 famílias receberam filtros de barro e manuais de boas práticas sobre o uso da água, 10 famílias foram orientadas sobre higiene pessoal, 15 pessoas receberam tratamento dentário, além do fortalecimento da rede de relacionamentos entre os assentados.“Enxergamos a necessidade de melhorar as condições de vida dos assentados através do acesso a serviços de saúde, da melhoria na qualidade da água consumida, da potencialização da produção por meio de um tratamento especial dado ao solo e novas formas de obtenção e distribuição de água para o plantio, da intensificação do escoamento da produção e do fortalecimento do relacionamento interno dos assentados”, finalizou a estudante e também coordenadora da equipe, Luana Nogueira.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP
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