O protótipo Alpha conquistou a primeira colocação geral, além de ganhar a menção honrosa de Melhor Projeto, já o Bravo ficou entre os 20 primeiros colocados na categoria participante. O avião Mike também saiu vitorioso com a primeira colocação geral e com as menções honrosas de: Melhor Projeto, Menor Peso Vazio e Melhor Apresentação Oral.
A equipe é formada atualmente por 40 alunos e participa da competição desde sua primeira edição, acumulando dez títulos nesse período. Com a última conquista, os aviões Alpha e Mike competirão em suas categorias na etapa internacional SAE Aerodesign East 2016, na qual EESC-USP AeroDesign também tem uma retrospectiva de destaque com cinco títulos mundiais conquistados. A prova será realizada em março, no Estado do Texas (EUA), reunindo grupos de diversos países.
Além dos troféus, as primeiras colocações do grupo resultaram em um estágio de férias na EMBRAER para quatros alunos, a ser realizado em janeiro de 2016, quando eles terão a oportunidade de vivenciar os desafios da indústria aeronáutica e aprimorar sua formação.
Na edição de 2015, a organização SAE instituiu o Troféu Excelência em Projeto com o intuito de premiar, independentemente da classe inscrita, a equipe que alcançasse os melhores resultados em todos os quesitos de pontuação e se destacasse com um grande diferencial em relação às aeronaves concorrentes da sua classe. Após ser premiado com a menção honrosa de Melhor Projeto, o avião Mike foi o primeiro a receber o troféu.
Segundo o membro da equipe, Thiago Gogola, devido às mudanças no regulamento que ocorrem todo ano, houve a necessidade de fazer um novo projeto para a competição de 2015. “Esses projetos buscaram inovar em métodos de cálculo e ensaios experimentais, além da utilização de materiais novos para a construção das aeronaves. Tudo isso para corrigir erros cometidos em projetos anteriores e otimizar os aviões para as mudanças do regulamento”, disse o estudante.
O Gogola ainda comentou que há 13 anos a equipe não vencia na categoria regular. No entanto, durante todo esse tempo não faltaram esforços para que o objetivo fosse atingido: a criação de estratégias, novos métodos de cálculo e inovações trouxeram ao grupo o espírito renovado de excelentes projetos. “Assim, no histórico de competições, sem exceções, a EESC-USP AeroDesign obteve notas de projeto conceituais que sempre estiveram entre as melhores”, afirmou o estudante.
Desde 2014 foi agregada à equipe uma nova diretriz organizacional para o aprimoramento dos projetos, a execução de inúmeros voos antes da competição, o aumento da confiabilidade das aeronaves, a elevação da qualidade construtiva e a melhoria na previsão de carga. “Essa vitória nos mostrou que as mudanças inseridas foram as corretas, pois tivemos duas aeronaves campeãs nas duas categorias mais disputadas. Foi um ano inteiro de trabalho duro, noites inteiras na oficina, discussões, novos projetos e uma mudança organizacional que ficarão como lição e como uma nova filosofia para o grupo”, destacou Gogola.
Dessa forma, partindo da constatação de problemas encontrados em competições anteriores, a equipe expandiu as modelagens de seus projetos, fazendo análises de fenômenos aeroelásticos – que medem a interferência das forças aerodinâmicas na estrutura das aeronaves, prevenindo possíveis falhas estruturais que poderiam ocorrer durante o voo – e análise de modelagem estrutural por método dos elementos finitos – que permite calcular com elevada precisão os esforços em partes complexas das aeronaves, como trem de pouso e asa. Também ampliaram o uso de materiais compósitos na construção de seus aviões, aumentando a rigidez e a eficiência estrutural das aeronaves.
Por fim, o grupo não deixou de agradecer ao diretor da EESC-USP, professor Paulo Sergio Varoto, ao coordenador da equipe, professor Alvaro Martins Abdalla, aos professores do Departamento de Engenharia Aeronáutica Fernando Martini Catalano, Eduardo Morgado Belo, Hernan Dario Cerón Muñoz e Ricardo Afonso Angélico pelo amplo incentivo e apoio prestados, além dos servidores Jose Claudio Pinto, Mario Sbampato e Gisele Lavadeci por toda ajuda nos ensaios das aeronaves em túnel de vento, assistência em eletrônica, em questões institucionais e administrativas, além de outros suportes que foram fundamentais para os ótimos resultados conquistados.
As aeronaves
A categoria regular, na qual competiram as aeronaves Alpha e Bravo, tinha motorização à combustão e, como desafio principal, deveria carregar o maior peso (carga paga) possível, sendo que o avião não poderia ultrapassar o limite de tamanho estipulado. Uma característica importante foi o baixo peso vazio das aeronaves. O Alpha, por exemplo, possui um peso vazio de dois quilos e consegue carregar 14 quilos de carga paga.
Uma grande diferença entre os protótipos da categoria regular foi que, enquanto no projeto Alpha participaram apenas membros veteranos, o Bravo foi elaborado exclusivamente por membros iniciantes.
Na categoria micro o objetivo foi projetar uma aeronave mais leve possível que conseguisse fazer cinco voos carregando 43 bolinhas de tênis, missão cumprida pelo avião Mike. Nessa classe foram permitidos apenas motores elétricos.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC-USP
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