20/09/2023
As atividades do projeto Elas na Engenharia da Escola de Engenharia de São Carlos já tiverem início para a turma de estudantes de 2023 (EESC-USP).
A palestra de abertura foi ministrada pelas bolsistas do projeto, no dia 1º deste mês, e contou com a participação especial da engenheira aeroespacial Ana Paula Rodrigues, da Embraer Defesa, onde trabalha há cinco anos no desenvolvimento de sistemas optrônicos em plataformas militares.
Sobre o projeto Elas na Engenharia, a palestrante destacou que “é extremamente importante divulgar a engenharia para as mulheres e principalmente a engenharia aeroespacial. Ainda é um curso muito novo no Brasil, a primeira graduação foi em 2010. Para se ter uma ideia, o CREA reconheceu a engenharia aeroespacial em 2018. É um curso recente e com pouquíssimas mulheres no Brasil. O número de mulheres na engenharia não é expressivo para a quantidade de engenheiros que nós temos no país, e as mulheres têm uma série de características muito peculiares que ajudariam muito na profissão. Como, por exemplo, a empatia e a capacidade de trazer conhecimentos soft skills humanas multidisciplinares para o ambiente de trabalho”.
A coordenadora do projeto na EESC, professora Luciana Montanari, explica que o Elas na Engenharia é voltado para as meninas dos segundos e terceiros anos do ensino médio das escolas de São Carlos e região para incentivá-las a atuarem na área de exatas. “Nesta edição, abrimos um edital de inscrição para alunas das escolas públicas e particulares, com 30 vagas. O projeto é realizado nas dependências do campus USP São Carlos ,às sextas-feiras pela tarde, e tem quatro módulos: mecânica, eletrônica, geotecnia e química”.
Segundo Luciana, em cada módulo serão realizadas atividades ‘mão na massa’, onde as meninas do ensino médio poderão realizar experimentos, manipular instrumentos e equipamentos e fazer simulações de montagem de peças. Todas as atividades serão realizadas com o apoio de alunas, bolsistas e voluntárias da EESC e do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), com supervisão de professores, pesquisadores e técnicos das duas Unidades.
“Espera-se que, com essas atividades e a vivência no contexto universitário, as meninas do ensino médio se sintam capazes e estimuladas a ingressar na USP e, mais ainda, na área de exatas. Já as nossas alunas bolsistas e voluntárias serão protagonistas durante a execução do projeto, com a oportunidade de ensinar temas que já foram aprendidos e desenvolvidos durante os seus cursos e desenvolver habilidades transversais e necessárias para a formação em engenharia e química, como ética, cidadania, liderança e pró-atividade. É realmente um projeto de extensão universitária, que ultrapassa os muros da universidade, beneficiando toda a comunidade”, complementa a coordenadora do projeto.
Aluna do colégio Objetivo em São Carlos, Sophia Labadessa, 17 anos, falou após a palestra inaugural do projeto que tem boas expectativas sobre as atividades: “Acho que a gente vai aprender bastante coisa com esse projeto, abrir várias oportunidades e ter bastante noção do que queremos fazer. Eu sempre pensei nessa área de exatas, mas esse ano eu coloquei na minha cabeça que eu queria fazer engenharia de materiais. E eu continuo com esse objetivo. Espero aprender bastante coisa, encontrar pessoas novas também”.
Já a estudante Letícia Pinheiro, 17 anos, aluna da escola Fúlvio Morganti, da vizinha cidade de Ibaté, disse que está particularmente muito interessada: “É uma coisa nova, que poucas meninas têm a oportunidade. Eu estou bem animada e a expectativa está lá em cima. Eu, particularmente, quero fazer engenharia mecânica ou engenharia aeronáutica”.
Na última sexta-feira, dia 15, aconteceu a primeira aula do módulo da engenharia mecânica.
Assessoria de Comunicação EESC-USP
Fotos: Umberto Patracon (Cetepe/EESC)