17/11/2023
“Trata-se de uma política pública de valorização da diversidade que caracteriza a qualidade da USP, uma política que terá continuidade em 2024 com outros editais que estimulem o reconhecimento do trabalho acadêmico realizado pelos diversos grupos que compõem a nossa Universidade”, declara a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lucia Duarte Lanna.
“Essa iniciativa surgiu da identificação, por parte da USP, da pertinência e da urgência de questionar as matrizes eurocêntricas e coloniais de geração de conhecimento e da busca pela manutenção e expansão da nossa excelência universitária e relevância na sociedade”, aponta.
Quem pode participar?
Os projetos a serem fomentados devem ser realizados pelos integrantes indígenas da comunidade USP, sejam eles docentes, sejam estudantes de graduação e de pós-graduação. A abrangência do edital é ampla, permitindo a submissão de planos de pesquisa, ensino e extensão.
O diretor da Coordenadoria de Direitos Humanos e Políticas de Reparação, Memória e Justiça da PRIP, Renato Cymbalista, explica que o propósito é responder à necessidade de ampliar a participação desses cientistas na Universidade ao diversificar as matrizes científicas e epistemológicas das pesquisas.
É por esta razão que a iniciativa prevê que não será necessário ter como objeto as realidades indígenas. Assim, abre-se um leque de oportunidades para que os participantes contribuam com suas perspectivas e experiências em diversas áreas do saber.
Serão financiados valores de até R$ 15 mil e o envio das propostas deve ser feito até o dia 8 de janeiro de 2024. O edital completo, com cronograma e as orientações, está publicado no site da PRIP.
Segundo o Anuário Estatístico da USP, em 2022 a Universidade contava com 66 indígenas na graduação (0,1% do total) e 78 na pós-graduação (0,2% do total). Os pós-doc eram 3 (0,07%) e docentes, 2 (0,04% do total). Na análise de Cymbalista, esses números provavelmente são subnotificados e uma das intenções também é obter um mapeamento mais completo.
“Fizemos um edital o mais aberto possível para identificar e entender quais as demandas existentes na comunidade e como atendê-las dentro de uma política de formação de quadros em seu formato mais avançado, desenvolvendo pesquisadores de ponta, no maior nível de qualificação possível e que inclua a consideração da diversidade e da necessidade de ações afirmativas que não sejam apenas políticas de permanência.”