Ação Educacional: Projeto que promove a formação de profissionais em TI é lançado pela USP e UFSCar
A Universidade de São Paulo, por meio do Polo de Ações Sociais do Campus de São Carlos (PAS-USP SC), e o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão ITI, vinculado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), lançaram no último dia 4 de junho o projeto Formação de Profissionais em Tecnologia da Informação (FPTI).
Com parceria da empresa Tapetes São Carlos e da Escola Técnica Estadual Paulino Botelho (ETEC) do Centro Paula Souza (CPS), as atividades de capacitação já tiveram início.
O PAS foi criado em novembro de 2020, após aprovação do Conselho Gestor do Campus USP São Carlos. O Conselho Deliberativo do PAS criou, na mesma época, o Grupo de Estudos de Ações Sociais (GEAS), vinculado ao Instituto de Estudos Avançados da USP - Polo São Carlos.
“O GEAS tem como objetivos interagir com escolas públicas de São Carlos para melhoria do ensino e divulgação dos seus projetos e do PAS no mundo corporativo, visando a parcerias e ao desenvolvimento de projetos educacionais com empresas. O projeto FPTI é o primeiro projeto do GEAS que envolve o mundo corporativo”, explica José Marcos Alves, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, e coordenador do PAS, do GEAS e do Centro de Inclusão Social (CIS-USP SC) do campus.
Alves diz que o projeto FPTI nasceu da interação do Conselho Deliberativo do PAS com Rodrigo Novaes, um dos diretores da Tapetes São Carlos: “Ao ter sido informado da existência do PAS, ele relatou que a empresa tem uma tradição em promover ações sociais e que decidiu estender essas ações para a área educacional”.
Alves aponta que uma demanda importante da Tapetes São Carlos, e de várias empresas da cidade, é a formação de profissionais em Tecnologia da Informação (TI). “A demanda por profissionais em TI é uma realidade mundial no mundo corporativo. Em função disso, participa do projeto a Etec Paulino Botelho, do Centro Paula Souza, que é uma escola profissionalizante, onde se ministram, entre outros, cursos nas áreas de informação e tecnologia, com alunos do ensino médio e dos cursos Técnico em Desenvolvimento de Sistemas e Técnico em Informática para Internet, interessados neste mercado de trabalho. São também alunos do projeto FPTI funcionários da Tapetes São Carlos com interesse em aprimorar os seus conhecimentos na área de TI”, detalha Alves.
O conteúdo do curso ministrado no projeto está sob responsabilidade da professora Kalinka Regina Lucas Jaquie Castelo Branco (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - ICMC - USP) e dos professores Marilde Prado Santos e Rogério Sá Ramalho, ambos da UFSCar e do ITI UFSCar. As instrutoras do curso são MULHERES formadas e/ou ALUNAS em formação na área de TI, pertencentes aos grupos Pyladies ou GRACE. “Os primeiros módulos do curso estão sendo ministrados em 2022 e os novos módulos em 2023. A direção da Tapetes São Carlos utilizará os resultados do curso para atrair mais empresas sediadas no município de São Carlos para serem parceiras do projeto FPTI”, complementa Alves.
O primeiro curso do projeto FPTI teve início em 4 de junho, com carga horário de 42 horas e 14 semanas de duração, com o objetivo de introduzir conceitos teóricos e práticos sobre “Programação em Python” e “Ciência de Dados” aos alunos e iniciar a preparação deles para o mercado de trabalho em TI.
Alves menciona a importância em “prover autoestima e ‘pré-profissionalização’ dos participantes, além de garantir que eles vivenciem outras realidades, como ambientes empresariais na Tapetes São Carlos e ambientes acadêmicos na USP e na UFSCar, e tenham mais oportunidades de aprendizagem e crescimento pessoal”.
Em relação à motivação do curso, Alves destaca o depoimento de Alfredo Colenci Neto, assessor de inovação do Centro Paula Souza, sobre um dos alunos selecionados: “O aluno trabalha atualmente na parte operacional de uma indústria da cidade e está migrando para a área de Tecnologia da Informação, sendo essa iniciativa primordial para que o mesmo atinja esse objetivo”.
Rogério Sá Ramalho e Marilde Prado Santos, coordenadores do Programa ITI, ressaltam que “desde a sua concepção, o ITI UFSCar tem a missão de tornar realidade uma educação inovadora e inclusiva, a partir de uma maior aproximação entre universidades e o mercado corporativo, por isso é uma grata satisfação poder colaborar em um projeto tão importante como o FPTI, que favorece a integração entre universidades e empresas com o objetivo comum de gerar impacto social positivo para a sociedade”.
Rodrigo Novaes, diretor da Tapetes São Carlos, menciona que, segundo dados de 2019 da Universidade de Brasília (UnB), até 2026 mais de 50% dos empregos formais do país poderão ser ocupados por tecnologias existentes. Segundo o dirigente da empresa, ao mesmo tempo, as empresas não encontram profissionais qualificados para suas vagas nas áreas de tecnologia segundo a Brasscom – a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais. Essas vagas correspondiam a 160 mil posições não preenchidas em 2019 e serão 420 mil, até 2024.
“Participar de um programa de promoção social auxiliando jovens que tiveram suas oportunidades limitadas por sua condição individual é de um imenso orgulho como empresa e como membros da comunidade são-carlense”, aponta Novaes.
Sandra Marial Leandro, professora e coordenadora de informática da ETEC Paulino Botelho, considera que a integração entre as instituições do projeto permite uma formação diferenciada e complementar aos alunos, além de aproximar os conhecimentos teóricos ao desenvolvimento de habilidades práticas. “As trocas de experiências contribuem para inovar as metodologias de ensino e aprendizagem da sua instituição, tornando os alunos mais motivados e preparados para atuarem no mercado de trabalho”, relata a professora.
Ana Dulce Padovan e Fabiana Toon de Araújo, representantes do grupo PyLadies São Carlos, indicam a importância que esse projeto tem para a democratização do acesso ao conhecimento, principalmente em áreas como tecnologia e inovação: “A participação do grupo PyLadies foi motivada pelo alinhamento entre a visão do grupo, de promover a participação e o interesse de pessoas na computação, bem como divulgar conhecimento da linguagem Python, e da missão de todos os envolvidos no projeto.
Alexandre Milanetti, para a Assessoria de Comunicação da EESC-USP