Mesa-redonda discutiu a trajetória do teatro amador na USP e na cidade
04 de abril de 2013
Atualizado: 06 de abril de 2013
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O evento “USP & Caaso e o Teatro Amador em São Carlos” foi organizado pelo historiador Marco Antonio Leite Brandão, popularmente conhecido como Marco Bala. Brandão é formado em Engenharia Elétrica pela EESC, foi morador do “Alojamento Velho”, monitor e professor do cursinho do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO).

 

“Tomei a iniciativa de fazer esse evento porque o grupo de teatro amador da Escola de Engenharia foi essencial no decorrer desse movimento em São Carlos, no Estado e no Brasil. Na ocasião também iremos homenagem o Névio Dias, um dos primeiros funcionários da EESC, de 1953, e o responsável pela vinda do teatro amador para São Carlos e região”, falou Marco.

 

Fizeram parte da mesa-redonda: Angelo Bonicelli, um dos artistas mais antigos do teatro amador, que falou sobre a era dos festivais de 1965 a 1976; Ricardo Martucci, que por muitos anos comandou o grupo de teatro amador da EESC; Itapê, ex-integrante do teatro do CAASO; Fernando Cnrkrovic, do grupo de Teatro Experimental Evoé; Daniela Soledade do grupo do CAASO; Hilde Buzzá, do grupo ACASO de Teatro; Cláudia Fabiano, do TUSP; e Getúlio Alho, ator e diretor do Teatro Municipal de São Carlos de1991 a 1997.

 

Os participantes contaram suas trajetórias no teatro amador na cidade, já que São Carlos, por estar localizada no centro do Estado de São Paulo, foi palco de grandes encontros e festivais.

 

Angelo Bonicelli, que já atuava na década de 50, lembrou o movimento do teatro em na cidade e as dificuldades que tinham na época. “Depois da criação da confederação do teatro amador, o movimento começou em São Carlos e permaneceu por muitos anos com muita qualidade. Apesar das dificuldades, tenho muita saudade desse período e sinto-me honrado em fazer parte dele”, destacou.

 

Os amantes do teatro dedicavam-se integralmente à arte. O professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP, Ricardo Martucci, lembrou que pensou em largar sua graduação em engenharia para seguir a arte. “Na Escola de Engenharia era uma mulher para 150 homens e a maioria das peças exigia mulher, então saíamos de porta em porta pedindo autorização dos pais para autorizar as filhas a atuarem nas nossas peças. Fomos atrás até das funcionárias da USP! Mas finalmente conseguimos elaborar nossa primeira peça que foi um sucesso”, lembrou Martucci.

 

As apresentações feitas pelos integrantes da mesa foram gravadas para posteriormente originarem um videodocumentário e um livro sobre o teatro amador de São Carlos.

 

“Meu objetivo é resgatar as histórias do teatro amador contadas aqui hoje e registrá-las, pois essa época é uma grande página da história cultural não só de São Carlos, mas do teatro amador paulista e brasileiro”, explicou Marcos Bala.

Por Nathália Nicola

 


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