I Workshop Latino-Americano apresentou pesquisas e avanços na produção de Bio-Hidrogênio
30 de julho de 2014
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O workshop multidisciplinar foi organizado pelos professores Maria Bernadete Varesche Silva e Marcelo Zaiat, ambos do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC, e propiciou um espaço para que fossem apresentados os avanços e resultados preliminares obtidos nos projetos realizados na rede latino-americana de bio-hidrogênio. Além disso, o evento contou com a exposição de pôsteres de alunos da EESC.

 

“A ideia foi congregar os diversos pesquisadores da rede para apresentarem as recentes inovações em pesquisas referentes à produção de bio-hidrogênio realizadas em seus países de origem utilizando águas residuárias de diferentes composições e caracterizações”, definiu a professora.

 

A produção de bio-hidrogênio acontece por meio de um fenômeno natural com a ajuda de bactérias anaeróbias que crescem normalmente no fundo de reservatórios, lagos e rios sem a presença de oxigênio. A matéria orgânica presente em águas residuárias entra em reação química com vários grupos de microrganismos em cadeia que promovem o processo de digestão, produzindo o gás metano e o gás carbônico.

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Intermediária a esse processo, existe a produção e o consumo de hidrogênio pelos microrganismos, e é nesse ponto que se encontra o grande desafio dos pesquisadores para criar um mecanismo que capte o gás produzido durante a reação.

 

Zaiat explicou que como o sistema é equilibrado – inicia da matéria orgânica e resulta no metano –, a intenção dos pesquisadores é obter o produto intermediário que é originado; para tanto é necessário desequilibrar o processo para que o hidrogênio, ao invés de consumido, seja liberado e capturado para então ser utilizado como combustível.

 

O professor ainda comentou que é complexo reverter o sistema, pois é preciso forçar a perda de energia dos microrganismos durante o processo para que o hidrogênio seja liberado. “Como as bactérias não perdem energia facilmente, o desafio é desenvolver a engenharia que consiga liberar o hidrogênio e ao mesmo tempo permita entender os fundamentos do sistema e estudar quem são os organismos que participam dele”, esclareceu Zaiat.

 

Todas as pesquisas são realizadas em escalas reduzidas, com análises feitas em laboratórios, e ainda não existe aplicação industrial. A professora explicou que os avanços são mais científicos do que tecnológicos. “Os primeiros resultados são pequenos passos para entender o processo e estamos longe de uma aplicação em campo, pois para utilizar em grande escala deve-se primeiramente resolver questões importantes como transporte e armazenamento do hidrogênio, por ser altamente inflamável”, explicou.

 

A pesquisadora Claudia Etchebehere Arenas da Universidad de la República no Uruguai foi a primeira palestrante apresentar suas pesquisas e se disse muito contente em participar do encontro e por ter a oportunidade de discutir seu trabalho com o público e os pesquisadores.

 

eesc workshop bio hidrogenio 08 site“Muitos resultados obtidos são interessantes para os pesquisadores e ajudam a avançar cada vez mais nas pesquisas. A parceria na rede latino-americana contribui muito para definir novas diretrizes e o desenvolvimento na produção do bio-hidrogênio”, relatou Claudia.

 

Vale ressaltar que a produção e aplicação de hidrogênio em célula a combustível já existem e são obtidas por um processo já conhecido a partir da reformulação do gás natural, sendo assim de origem fóssil, uma fonte não renovável. “A expectativa é que o bio-hidrogênio seja a nova alternativa de fonte de energia renovável”, definiu Zaiat.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC

 

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