Trabalho de aluno da EESC ficou entre os finalistas em concurso de empreendedorismo
O concurso promovido pelo Instituto 3M de Inovação Social teve como objetivo incentivar o empreendedorismo de estudantes de graduação na implementação de soluções simples e de baixo custo que promovam o desenvolvimento de tecnologias sociais com inovação. O Prêmio buscou apoiar as soluções para problemas em qualquer área do conhecimento a partir da troca de experiência entre professores, estudantes e sociedade.
O projeto de Maria, chamado Ecups, consiste no aperfeiçoamento de uma máquina já existente que transforma garrafas de vidro em copos ou objetos de decoração, cortando-as por meio da utilização de uma resistência elétrica. O trabalho foi orientado pelo professor do Departamento de Engenharia de Materiais da EESC, Eduardo Bellini Ferreira. De acordo com Maria, a ajuda do docente na produção da parte escrita do projeto foi muito importante, com orientações técnicas sobre vidros e demais esclarecimentos sobre a área.
Ferreira, que é especialista em vidros, explicou que o material pode ser 100% reciclado, mas a falta de organização para sua coleta seletiva e limpa, bem como sua destinação para as fabricantes, faz com que a maior parte desse nobre material seja simplesmente enviada para aterros.
Para a aplicação do equipamento, o estudante sugeriu em seu trabalho disponibilizar a máquina aos associados da cooperativa de coleta seletiva de São Carlos, capacitando-os para a fabricação e a comercialização dos produtos resultantes do processo. “O projeto visou atuar na geração de renda, na redução do impacto ao meio ambiente com o descarte irregular do material e no aumento da eficiência na reciclagem do vidro”, explicou o Maria.
O professor destacou que a inovação do projeto, cujo protótipo foi projetado e construído pelo estudante, está em abrir as garrafas de vidro através apenas do aquecimento controlado, sem riscá-las antes, facilitando mais a operação e permitindo que ela seja realizada por pessoas menos especializadas.
“Em geral, os vidros são cortados industrialmente após serem riscados por uma ferramenta com ponta de diamante ou vídia (carbeto de tungstênio). O aquecimento idealizado por Maria cria tensões controladas nas garrafas, que geram uma fratura regular e repetitiva. O projeto inscrito no concurso pretendia ainda automatizar a operação e estender a capacidade da máquina para cortes em série”, explicou Ferreira.
O orientador afirmou também que ficou muito feliz pelo trabalho ter sido um dos finalistas do Prêmio e por ver a vontade e a iniciativa do aluno em um projeto aparentemente simples que, por fim, demostrou poder ser inovador e transformador. “Quando ele me procurou já havia sozinho idealizado a máquina e construído o protótipo, em uma oficina improvisada de garagem. Cumpriu as etapas do concurso com grande autonomia e originalidade, o que chamou a atenção dos avaliadores. Vê-lo estar entre os seis finalistas dentre 240 inscritos foi fantástico, uma grande satisfação”, ressaltou.
A competição transcorreu em três dias, sendo dois de treinamento – sobre empreendedorismo, gestão e aprimoramento de projetos – ministrados pela empresa Semente, contendo instruções de como montar uma apresentação e realizar um ‘pitch’ com investidores. No terceiro dia, os participantes foram ao showroom da 3M, na cidade de Sumaré (SP) para participarem da final. “A final foi emocionante, com auditório cheio e uma banca muito conceituada que reconheceu o potencial de todos os projetos finalistas e as chances de torná-los grandes empreendimentos”, comentou Maria.
No concurso foram inscritos 240 projetos e a seleção foi realizada através de uma banca composta por gerentes técnicos e de marketing da 3M do Brasil, por um professor da Unisol e um diretor de redação da Revista Galileu. Dos seis finalistas, somente o primeiro colocado foi premiado, recebendo o valor de R$30 mil para investir na construção de seu protótipo.
O estudante salientou que participar do concurso foi uma experiência incrível, e a chance de passar pelo treinamento foi muito útil. “Pude aprender métodos de apresentação da ideia para investidores e tive feedbacks para aperfeiçoar a ideia. Ficar entre os seis finalistas me deu ânimo para seguir em frente e ousar ainda mais. Vou dar continuidade ao pedido de patente sobre o meu produto e colocá-lo no mercado em alguns meses”, enfatizou o aluno.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC Fotos: Reprodução Facebook 3M do Brasil