Ex-doutoranda da EESC vence "Prêmio Fundação Bunge" de melhor tese
06 de agosto de 2015
Atualizado: 07 de agosto de 2015
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A conquista ocorreu após uma seleção de um grande júri composto por cerca de 50 membros, entre reitores de universidades e presidentes de entidades científicas. “Meu sentimento é de imensa satisfação pelo reconhecimento do meu trabalho, honra pela grandiosidade do prêmio e gratidão a todos que me ajudaram durante o longo e desafiador processo de pesquisa e desenvolvimento de atividades operacionais tanto no Brasil como nos Estados Unidos”, destacou Dulce.

Os prêmios anuais da Fundação Bunge buscam incentivar a inovação e a disseminação de conhecimento. O Prêmio Fundação Bunge Juventude, em especial, destinou-se a jovens com até 35 anos de idade, sendo atribuído à melhor dissertação de mestrado, tese de doutorado ou ao candidato que tenha se sobressaído na produção científica e intelectual na área do prêmio.

A tese foi defendida pela ex-aluna em novembro de 2014 contribui em níveis estratégicos para uma gestão hídrica, de médio e longo prazo, integrada e robusta, tendo em vista a consideração de aspectos da interação entre condições hidrológicas, funções ecossistêmicas, demandas sociais dentro de abordagens adaptáveis a variadas condições climáticas, escalas espaciais e temporais, operacionalmente viáveis e que permitem a comunicação da imprecisão de resultados aos potenciais gestores.

O trabalho abordou a gestão do Sistema Cantareira de abastecimento de água com foco em diferentes escalas. Primeiramente, através do ‘baseline’ conceitual examinaram-se os aspectos gerais da política de recursos hídricos e sistemas destinação da água, comparando sistemas de gestão entre Brasil e Estados Unidos, envolvendo a bacia do rio Colorado.

 

Posteriormente propôs um esquema metodológico determinístico que estabelece uma análise quantitativa do abastecimento e utilização por meio de indicadores de escassez e vulnerabilidade. Por fim, avaliou a imprecisão dos resultados dos indicadores de segurança hídrica causada pela incerteza em dados, métodos, modelos, bem como na escolha deles, utilizando uma metodologia estocástica.

“Em conclusão, o ‘baseline’ conceitual sugere potenciais mudanças no sistema de gestão brasileiro das águas. Enquanto a avaliação determinística revela padrões espaciais e temporais dos resultados dos indicadores de escassez e vulnerabilidade, melhorando assim a compreensão de como e onde ameaças à segurança hídrica podem surgir. Por sua vez, a análise de incertezas desenvolvida é capaz de gerar suporte a gestores de recursos hídricos e robustas tomadas de decisão”, explicou Dulce.

O professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS) da EESC, Eduardo Mario Mendiondo, foi orientador da tese e quem sugeriu inicialmente o tema inovador para submissão em 2010, em seguida, atuou como facilitador da execução do projeto de pesquisa, além de promover diversas oportunidades de crescimento profissional através de cursos e eventos internacionais, bem como o contato com pesquisadores de alto nível do Brasil e do exterior.

Dulce também mencionou a supervisão do professor da University of Arizona, Hoshin Gupta, durante a experiência de um doutorado sanduíche, a qual foi de fundamental importância tanto no delineamento quanto no desenvolvimento da pesquisa, “contribuindo diretamente e excelentemente na elaboração de ideias e no aprimoramento dos artigos científicos gerados”, afirmou.

A premiação ocorrerá no dia 30 de setembro, em uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, na cidade de São Paulo, com a entrega de um diploma de reconhecimento público, medalha e uma importância em dinheiro.

Atualmente, Dulce é professora na Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP, na área de hidráulica e recursos hídricos do curso de Engenharia Ambiental.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESCFoto: Arquivo pessoal


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