Grupos de extensão de automobilismo são destaques em campeonato nacional
Durante os dias de prova, a EESC-USP Formula SAE passou pela inspeção técnica – que avalia características de segurança, ruído, frenagem e angulação do carro – para verificar se o protótipo atendia às normas que regem a competição. Com tudo aprovado, o time seguiu para as oito baterias classificatórias, compostas por provas estáticas e dinâmicas, nas quais conquistou quatro primeiras colocações e ficou entre os dez primeiros lugares nas restantes.
Nas provas dinâmicas, a equipe conquistou os primeiros lugares nas baterias ‘skid-pad’ e ‘auto-cross’, seguidos do segundo lugar na avaliação de eficiência, a quinta posição no enduro (resistência) e a nona posição na etapa de aceleração. Nas provas estáticas ficou em primeiro lugar nas avaliações de custo e manufatura e projeto – essa última pela sétima vez no campeonato e pelo segundo ano consecutivo – e ocupou a décima posição na bateria de apresentação.
Foram resultados ótimos, e engana-se quem pensa que foi fácil chegar a essa conquista. Para obter o primeiro lugar, posição almejada há dez anos, a equipe teve que superar seu conhecimento técnico e colocar em prática toda resiliência para lidar com um imprevisto ocorrido nas últimas baterias. De acordo com o ex-diretor da equipe, Renan Stefanutti, o motor do protótipo começou a dar problemas e parou de funcionar várias vezes, a cada final de prova, deixando todos os membros apreensivos e incertos se conseguiriam competir nas baterias seguintes.
Frente ao obstáculo, a união e o empenho de todos os integrantes em busca da vitória fizeram toda a diferença contra a preocupação e o tempo escasso. O time também recebeu ajuda da equipe Poli Rancing, da Escola Politécnica da USP, provando que além do espírito competitivo também existe o de cooperação entre as equipes, e também de um patrocinador, que cedeu um espaço apropriado e ferramentas para realizar a manutenção do motor. Dessa forma o grupo conseguiu cumprir todas as baterias e chegar até o final da competição.
“Foram 300 quilômetros rodados antes da competição sem nenhum problema, para na última semana o motor apresentar falhas e não querer ligar. Eu nunca sofri e me cobrei tanto em tão pouco tempo. Mas como diria Rocky Balboa: ‘não é o quanto você apanha, mas o quanto você aguenta continuar’", citou o ex-diretor.
A cada competição a equipe – que é formada por alunos de graduação de diversos cursos de engenharia da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP – dedica-se quase que ‘full time’ ao projeto e ao desenvolvimento do protótipo, buscando melhorar os materiais e as tecnologias aplicadas. “É impossível nós como estudantes refazermos um carro do zero. Por isso a EESC-USP sempre opta por fazer a evolução dos protótipos de maneira conservadora e pensada, colocando todas as peças e materiais em análises e estudos de aperfeiçoamento para alterar e potencializar o carro ano após ano”, comentou Stefanutti.
Para os estudantes, além de soltar o grito de campeão e trazer o troféu para a Universidade, a satisfação de vencer está em cada lição aprendida, dificuldade superada e habilidade desenvolvida, tendo a certeza de que toda essa experiência não terá valor apenas enquanto graduandos de engenharia, mas também ao longo da vida e da carreira profissional.
“Mais importante do que ganhar um troféu é favorecer o desenvolvimento da engenharia, o aprimoramento dos engenheiros e a posição de destaque da EESC entre outras faculdades na formação de profissionais e na vanguarda dos melhores engenheiros do país. Se a avaliação de projeto que conquistamos por sete vezes servir como prova, estamos no caminho certo”, destacou Stefanutti.
Com apenas três anos de formação, a equipe EESC-USP Tupã participou pela primeira vez da 12ª Competição SAE BRASIL – Petrobras de FORMULA SAE, tendo seu o carro pronto e apto para competir contra equipes veteranas como as da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), Universidade Paulista (UNIP), Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), entre outras.
O grupo não pôde participar das baterias dinâmicas, após serem reprovados na inspeção técnica da parte elétrica do carro, que avalia e confere o cumprimento das normas de segurança. Mesmo não participando de todas as provas da competição, a equipe ainda conquistou o terceiro lugar da classificação geral, alcançando boa pontuação nas provas de custo e manufatura, projeto e apresentação.
“Na parte estrutural e mecânica o carro foi aprovado, já no sistema elétrico faltaram dois componentes com as mesmas especificações estipuladas para realizar as provas dinâmicas. Mesmo fora de algumas baterias, não desanimamos e fomos para as provas estáticas”, comentou o diretor de projetos elétricos da equipe, Jonatas Puspi da Silva.
“O terceiro lugar foi muito motivante; nossa primeira vez participando do campeonato e já trouxemos um troféu para a Universidade. Ficamos na expectativa até o último momento pelo resultado, e quando saiu constatamos que ficamos abaixo do segundo lugar por apenas três pontos. Tudo isso se deve ao aumento de membros que tivemos no último ano na equipe e que fez toda a diferença para unirmos força e dedicação para fazermos o melhor”, concluiu Puspi.
Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC
Fotos: Divulgação
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