Mesa-redonda da “XI Sematron” debateu a revolução digital da ‘internet das coisas’
28 de maio de 2015
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Dentre os diversos assuntos apresentados nas palestras e mesas-redondas, destacou-se a explanação do conceito ‘internet das coisas’ feita pela pesquisadora da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Tania Tronco, pelo empresário da Openship, Ricardo Infante, e pela professora e empresária da RF Consultoria, Renata Rampin.

 

O conceito é atribuído aos dispositivos usados diariamente equipados com sensores capazes de captar aspectos do mundo real – como temperatura, localização e presença –, enviando-os a centrais que recebem as informações e as processam de formas específicas, como os ‘data centers’ e suas nuvens. O termo é recente e foi popularizado através de um artigo do pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Kevin Ashton, em 1999, e ainda não há uma real dimensão de suas possíveis aplicações nem de como isso irá interferir na sociedade.

 

eesc sematron internet das coisas 03 siteA ‘internet das coisas’ tem o objetivo de conectar itens usados no dia a dia à rede mundial de computadores, sendo que a ideia é que, cada vez mais, o mundo físico e o digital tornem-se um só. Atualmente temos como exemplos os relógios inteligentes, que podem obter diversos dados pessoais para uso em aplicativos; a caixa de remédio que avisa o paciente – por SMS, e-mail ou ligação telefônica – sobre os horários que deve tomar a medicação; e a fechadura digital integrada com smartphones que comanda a abertura ou fechamento de uma porta.

 

Tania comentou que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são fundamentais para que se desenvolva mais nesse campo de inovação e interatividade entre homem e máquina. “Desde 2007 já tivemos o investimento de três trilhões de dólares em TICs, e a ‘internet das coisas’ vem causando uma revolução na área, com a estimativa de 14 trilhões de dólares de investimentos a serem criados nos próximos 10 anos”, informou a pesquisadora.

 

Um dos investimentos aplicados e promissores é o projeto de cidades inteligentes ­– localidades que empregam diversas ferramentas, sistemas e inovações tecnológicas com as finalidades de melhorar e simplificar serviços e atividades diárias e de promover a sustentabilidade. Mesmo que os investimentos requeridos sejam altos, as propostas apresentam muitas melhorias para população e empreendimentos. A pesquisadora Tania apresentou o uso intensivo de TICs como instrumento para melhorar a infraestrutura e os serviços dos municípios, como nos setores de transporte, água, energia elétrica, segurança, saúde, educação, turismo, esporte, sustentabilidade, negócios e gestão. No Brasil existem alguns municípios pilotos que aplicam alguma TIC, como por exemplo Aparecida (SP) e Búzios (RJ).

 

A cidade de Águas de São Pedro (SP) também possui um projeto em fase de teste que ajuda o motorista a encontrar uma vaga para estacionar através de um aplicativo que envia, em minutos, um aviso para o telefone celular.

 

No asfalto da rua, há dois equipamentos com sensores embutidos em cada vaga, que percebem se há ou não a presença de um veículo no local e enviam essa informação para uma central. Um dos sensores, que funciona com energia solar, acende uma luz vermelha, indicando que a vaga está ocupada; ou uma verde, quando estiver liberada. O sinal segue via Wi-Fi para um receptor preso a um poste que por sua vez encaminha a informação para o programa que administra as vagas e, posteriormente, ao motorista. Quando acessar o aplicativo, o usuário terá sua localização e o número de vagas próximas a ele ou a um lugar desejado. Após escolher uma vaga, a rota é traçada.

 

Já no Projeto Cidade Inteligente Búzios a iluminação pública foi beneficiada com a colocação de 60 luminárias do tipo LED, que propiciam uma economia de energia de até 80 por cento em comparação aos equipamentos tradicionais.

 

O projeto incorporou também novas fontes de energia renovável à rede local existente a partir da instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios públicos e de microssistemas eólicos no município. Porém, o ponto de destaque é a tarifa horária, que permite cobranças diferenciadas de acordo com o horário, por meio de um medidor eletrônico inteligente que mede o consumo em intervalos de tempo programáveis, permitindo propor aos clientes ofertas comerciais ligadas à faixa horária.

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“Os ganhos ao longo tempo e da efetiva aplicação poderão ser percebidos na melhoria das atividades cotidianas, na desburocratização dos serviços públicos, na intensificação das relações comunitárias, na aquisição e construção de conhecimento, na agilidade das transações on-line, em novas capacitações para o mercado de trabalho e no desenvolvimento social e econômico em geral”, enfatizou Tania.

 

Sobre a semana

A abertura da XI Sematron contou a participação do diretor da EESC, Paulo Sérgio Varoto, que elogiou a organização e o desempenho dos alunos para desenvolver a programação com muita autonomia. “Parabenizo todos os envolvidos neste evento que cada vez mais vem se consolidando como uma das melhores semanas de engenharia mecatrônica e que conta com uma seleta participação de convidados e especialistas na área”, destacou o diretor.

eesc sematron internet das coisas 01 siteEm 11 anos o evento já contou com a participação de quatro mil estudantes, 125 palestras e 23 parcerias. Com tanta notoriedade, a Semana recebe alunos de outras instituições de ensino de diversos Estados do Brasil, como o estudante Yuri Rezende de Souza, que cursa Engenharia Mecatrônica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e que participou pela segunda vez do evento. “Aprovei todo o conteúdo das palestras. As abordagens são diferentes do que vemos durante a graduação, e servem como um complemento das disciplinas e aulas”, comentou.

 

O aluno Iago Henrique Tavares Pinto da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) participou pela primeira vez e avaliou: “A experiência em participar de um evento como esse na EESC é muito interessante e proveitosa para se usar como exemplo no nosso campus”.

 

eesc sematron internet das coisas 05 siteA programação da Semana ainda contou com outras palestras que abordaram os assuntos: matemática e física na engenharia, empreendimentos e como empreender, poço inteligente de petróleo, tecnologia robótica e robôs inteligentes, agrupamentos de dados e engenharia aeroespacial. Também foram oferecidos minicursos, visitas técnicas e uma visita monitorada para alunos de ensino médio.

 

Por Keite Marques da Assessoria de Comunicação da EESC

Fotos: Keite Marques

 

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